Arroz

Colheita Inicial e Importações Pressionam os Preços do Arroz, Aponta Consultoria do Itaú BBA

Aumento nas Importações e Expectativa de Safra sem Frustrações Impactam Mercado do Cereal


Publicado em: 06/03/2024 às 11:20hs

Colheita Inicial e Importações Pressionam os Preços do Arroz, Aponta Consultoria do Itaú BBA

A Consultoria Agro do Itaú BBA relata que o início da colheita e o expressivo aumento das importações estão exercendo pressão sobre os preços do arroz. Além da perspectiva de uma safra satisfatória, a elevada entrada de importações reduziu a necessidade de compras pela indústria, contribuindo para a diminuição dos preços locais.

Conforme o indicador de preços do CEPEA, no Rio Grande do Sul, o preço médio do arroz em casca registrou uma queda de 10,7% em fevereiro em comparação com janeiro, sendo comercializado a R$ 114 por saca. Nas regiões da Fronteira Oeste e na Planície Costeira interna, os preços apresentaram reduções ainda mais expressivas, alcançando 17,3% e 14,5%, respectivamente, no mesmo período.

No cenário atacadista, ocorreu um novo repasse de custos da indústria para o consumidor, resultando em um aumento nos preços do arroz beneficiado em fevereiro. O arroz agulhinha tipo 1 em São Paulo, a principal praça consumidora, teve um incremento de 4,4% em um mês, atingindo R$ 171,8 por fardo de 30 kg. Essa dinâmica levou as margens a retornarem ao positivo após três meses consecutivos no vermelho.

A CONAB realizou ajustes no consumo das últimas três safras, com a alteração mais significativa ocorrendo na safra 2021/22, que teve uma redução de 2,5%, situando-se abaixo de 10 milhões de toneladas. Para as safras subsequentes até o momento, o consumo ficou em 10,25 milhões de toneladas, proporcionando uma margem mais folgada nos balanços. Em relação à safra 2023/24, as exportações foram reduzidas em 25%, totalizando 1,5 milhão de toneladas, devido ao aumento na produção americana e aos preços locais elevados, o que deve reduzir a atratividade do arroz brasileiro no mercado internacional.

Balanço Global Apertado Sustenta Firmes Cotações

O USDA fez poucos ajustes no balanço global, prevendo uma produção recorde de 513 milhões de toneladas (base beneficiado). Contudo, o consumo também atingiu níveis máximos desde 2021/22, criando um cenário de aperto global com uma relação estoque/consumo em queda nos últimos três anos. A Índia, maior exportadora global, mantém restrições às exportações de arroz, contribuindo para preços em patamares recordes. Países como Paquistão, Vietnã e Tailândia apresentam níveis recordes de exportação, enquanto as cotações do cereal continuam robustas em Chicago, indicando a importância de monitorar a segurança alimentar global.

No mercado doméstico, as importações ganharam espaço durante a baixa oferta da entressafra, registrando um aumento de 58% em janeiro de 2024 em relação ao mesmo período de 2023. Países não tradicionais, como Tailândia e Paquistão, forneceram arroz ao Brasil devido a custos e fretes competitivos, mesmo com qualidade abaixo do tradicional da América do Sul. As exportações, por sua vez, aumentaram em comparação com dezembro de 2023, apresentando um crescimento de 58%, embora ainda 43% inferiores ao mesmo mês do ano passado, totalizando 83,7 mil toneladas. Vale ressaltar que o México não realizou aquisições significativas em janeiro, enquanto o Paraguai retomou as exportações para o México, intensificando a competição com o arroz doméstico.

Fonte: Portal do Agronegócio

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