Arroz

Arroz em casca cai 2,36% em setembro e tendência é de preços estáveis

Se o objetivo do governo federal era manter as cotações do arroz em casca abaixo de R$ 34,00 no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, os leilões de oferta de estoques públicos acertaram em cheio o seu alvo


Publicado em: 04/10/2013 às 18:00hs

Arroz em casca cai 2,36% em setembro e tendência é de preços estáveis

Desde o mais recente leilão, há três semanas, os preços do arroz em casca no Rio Grande do Sul enfraqueceram. Em setembro, segundo o indicador de preços do arroz em casca ESALQ/Bolsa Brasileira de Mercadorias-BM&FBovespa, as cotações acumularam queda de 2,36%, para R$ 33,94 a saca de 50 quilos (58x10), à vista, colocada na indústria. Em dólar, pela cotação do último dia 30, uma saca equivalia a US$ 15,31.

Nas duas últimas semanas viveu a expectativa de que um novo edital fosse lançado para leilão na próxima semana, mas a retração dos preços manteve o governo fora do mercado, obedecendo ao seu critério de ofertar estoques somente quando as cotações superarem os R$ 34,00.

Na quarta-feira (2), o indicador CEPEA fechou em R$ 33,97, com mínima elevação positiva de 0,09%, mas com a saca cotada em US$ 15,46 em função da variação cambial. No mercado livre, a Zona Sul segue com médias mais altas em função de recente movimentação de compra de tradings que devem movimentar cerca de 35 mil toneladas para países da América do Sul e Caribe. Os incentivos que as indústrias gaúchas receberam para adquirir grão de produtores locais vêm fazendo efeito e segurando parcialmente as importações para este destino, todavia, o ingresso de cereal paraguaio pelo Paraná e do Mercosul, pelo Nordeste e Sudeste, registra aumento.

No mercado livre o arroz gaúcho varia entre R$ 33,00 e R$ 34,00, mas com oferta limitada pelo produtor e a indústria comprando apenas o indispensável, pois segue com dificuldade de repassar valores ao varejo e ao atacado. Em Santa Catarina, as cotações médias variam, dependendo da praça, entre R$ 31,00 (Jaraguá do Sul) e R$ 33,50 (Turvo). No Mato Grosso, as praças de Sinop e Sorriso operam com preços referenciais de R$ 46,00 para a saca de 60 quilos (55% acima).

Para o Sul do Brasil, a esta altura do ano, uma recuperação mais importante de preços está associada a uma significativa evolução das exportações, o que dificilmente acontecerá face ao cenário internacional. Sendo assim, a expectativa é de que os preços se mantenham até o final do ano entre R$ 32,00 e R$ 35,00, com pequenas oscilações e dependentes do humor do mercado frente à balança comercial, as dimensões da próxima safra, a política cambial o fluxo de oferta dos produtores – demanda da indústria - e, principalmente, às intervenções do governo.

A expectativa do setor produtivo, neste momento, está voltada à divulgação pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na próxima semana, do seu tradicional levantamento da safra de grãos. Espera-se que a empresa já divulgue uma primeira prévia da intenção de plantio no País. No Rio Grande do Sul, o Irga projeta um aumento de 2% na área e 5% em produção, por conta da boa recuperação das barragens de irrigação e a previsão de tempo quente e seco para o verão. Ainda assim, as chuvas dos últimos dias e as temperaturas amenas deste início de outubro estão atrasando a emergência do arroz em quase todas as regiões gaúchas, o que poderá alongar o ciclo da safra de 15 a 30 dias. A semeadura gaúcha deve avançar mais significativamente esta semana, em função de um clima mais estável, em que pese a previsão de uma primeira semana de outubro de noites frias e chuvas eventuais.

Em Santa Catarina, muitos municípios já concluíram o plantio. A área deverá permanecer estável em cerca de 155 mil hectares e a produção prevista fica em torno de 1,05 a 1,1 milhão de toneladas. O Mato Grosso recém está planejando a semeadura, que começa em novembro.

No próximo sábado, no Parque de Exposições Zé Terra, do Sindicato Rural de Mostardas (RS), acontecerá 10ª Abertura Oficial do Plantio do Arroz, promoção da Federarroz e Associação de Arrozeiros de Mostardas e Tavares. O evento técnico terá palestras sobre sistemas alternativos de cultivo em várzea, irrigação e solos, além de uma palestra do secretário nacional de Política Agrícola, Neri Geller, sobre as expectativas e potencialidades do arroz gaúcho. À noite, um jantar baile reunirá a comunidade local e a cadeia produtiva para a escolha das soberanas da 24ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que acontecerá em fevereiro, em Mostardas.

Fonte: Planeta Arroz

◄ Leia outras notícias