A fim de promover a inovação e fomentar pesquisas no desenvolvimento de produtos biológicos, a 3tentos, companhia do agronegócio brasileiro, participou de iniciativa junto à Biotrop, empresa de insumos biológicos e naturais, para a realização do projeto Nimbles no Rio Grande do Sul. O objetivo foi coletar material orgânico que será categorizado em bancos funcionais visando ao desenvolvimento de produtos biológicos que possam beneficiar a cultura do arroz. 

Segundo Anderson Trentin, gerente de Especialidades na 3tentos, os insumos biológicos vêm trazendo resultados consistentes ao longo dos anos, possibilitando produzir mais com rentabilidade e sustentabilidade. “Este projeto possui sinergia com nosso modelo de trabalho, identificando características do ambiente de cultivo que nos direcionam a um manejo assertivo. Acreditamos que os insumos biológicos nativos do Pampa gaúcho serão benéficos para nossos sistemas de cultivo, principalmente pela identificação de bactérias com adaptabilidade ao ambiente anaeróbico onde o arroz é cultivado”, afirmou. 

Iniciado no ano passado, o projeto Nimbles tem o objetivo de construir a melhor coleção funcional de microrganismos do mundo. As conclusões do projeto poderão levar ao desenvolvimento de novas soluções biológicas para o controle de pragas e doenças em lavouras e para a promoção de crescimento das plantas.

Por meio da parceria com a 3tentos, o projeto Nimbles realizou coletas em áreas de cultivo do arroz em solo gaúcho, especificamente, visando à coleta de microrganismos endofíticos, ou seja, que vivem sistematicamente no interior das plantas. A 3tentos indicou clientes parceiros (produtores rurais) e viabilizou a atividade em propriedades nas cidades gaúchas de Uruguaiana, Dom Pedrito, Bagé e Arambaré, entendendo que muito da inovação do agro nos próximos anos virá dos biológicos e naturais. 

De acordo com Douglas Gomes, head de Inovação da Biotrop, a cultura do arroz foi escolhida por ser peça-chave para a segurança alimentar e mitigação das mudanças climáticas. “O objetivo dessas coletas é desenvolver produtos que reduzam a dependência de adubos, aumentem a resistência a estresses e outros que possam controlar doenças e pragas. No arroz, é possível produzir mais e melhor, com menos nitrogênio e mais biológicos. Seguramente, buscaremos trazer soluções que aumentem a rentabilidade para o produtor e a sustentabilidade para toda a cadeia produtiva”, disse.

Para o agricultor Dari Raddatz Júnior, de Bagé/RS - um dos agricultores que concedeu acesso à Biotrop para realização de coleta em sua propriedade -, é grande a expectativa da geração de novas tecnologias como resultado do projeto. “Julgo importante a pesquisa aplicada no campo para que, juntos, sigamos desenvolvendo a agricultura de maneira sustentável e regenerativa. Espero que descubram novos microrganismos benéficos para o uso na agricultura”, comentou. 

Os pesquisadores do projeto Nimbles estão coletando amostras nos cinco biomas brasileiros: Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampa. “O Nimbles é executado cerca de seis vezes ao ano, e já cobrimos diversas culturas. Além do arroz, o trigo e a cevada são culturas relevantes do Sul do Brasil que serão cobertas em 2023, também”, comentou o diretor da Biotrop.