Algodão

Vazio sanitário do algodão começa em Goiás e reforça combate ao bicudo-do-algodoeiro

Medida obrigatória da Agrodefesa tem início nesta segunda (10/11) na Região 4 do estado e busca interromper o ciclo da principal praga da cotonicultura brasileira


Publicado em: 07/11/2025 às 10:10hs

Vazio sanitário do algodão começa em Goiás e reforça combate ao bicudo-do-algodoeiro
Foto: Agrodefesa
Goiás inicia período de vazio sanitário do algodão na Região 4

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) inicia nesta segunda-feira (10 de novembro) o vazio sanitário do algodão na Região 4 de Goiás, que se estenderá até 20 de janeiro de 2026.

A medida é obrigatória e está prevista na Instrução Normativa nº 05/2025, em conformidade com o Programa Nacional de Controle do Bicudo-do-Algodoeiro (PNCB) — principal praga que ameaça a produção de algodão no país.

O vazio sanitário é um instrumento fitossanitário essencial para quebrar o ciclo reprodutivo do bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) e reduzir os riscos de contaminação e perdas nas próximas safras.

Foco também nas áreas pecuárias e no transporte de caroço de algodão

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, destacou a importância da atenção redobrada nas áreas de pecuária, já que o caroço de algodão é amplamente utilizado na alimentação de rebanhos bovinos.

“O vazio sanitário inclui cuidados com algodoeiras, confinamentos e transportadoras de caroço ou algodão em caroço, para evitar a queda de grãos durante o transporte e possíveis germinações”, explicou.

A nova norma estabelece que as cargas de fardos e caroços de algodão devem estar devidamente acondicionadas e cobertas com lona e tela sombrite, além de amarradas e vistoriadas antes da liberação. Também é exigida a limpeza da carroceria e do local de descarregamento para impedir a proliferação da praga.

Bicudo pode destruir até 70% da lavoura se não for controlado

Segundo o gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Leonardo Macedo, o bicudo é o inseto de maior potencial de dano à cotonicultura, podendo destruir até 70% da lavoura em uma única safra.

“O vazio sanitário é fundamental para interromper o ciclo de vida da praga e evitar sua multiplicação. A ausência total de plantas de algodão, incluindo tigueras e rebrotas, é o que impede que o inseto se reproduza”, destacou Macedo.

Durante o período, é proibida a semeadura de algodão e obrigatória a eliminação de restos culturais e soqueiras. O descumprimento das regras pode resultar na destruição da lavoura e no cancelamento do Certificado de Destruição de Restos Culturais.

Fiscalização será intensificada em todas as propriedades

A Agrodefesa informou que os fiscais estaduais agropecuários irão reforçar as ações de fiscalização nas áreas produtoras, garantindo o cumprimento das normas e a destruição dos restos culturais dentro do prazo.

O produtor tem até 15 dias após a colheita para realizar a eliminação das plantas e resíduos, respeitando o calendário estabelecido para cada região.

Municípios da Região 4 devem seguir o calendário até janeiro

Devem cumprir o vazio sanitário os municípios de Adelândia, Alto Horizonte, Anicuns, Goianésia, Jaraguá, Porangatu, São Miguel do Araguaia, Uruaçu, entre outros (confira a lista completa no site da Agrodefesa).

Para a Região 4, a semeadura está autorizada apenas a partir de 21 de janeiro de 2026.

Nas demais regiões, o calendário segue o seguinte cronograma:

  • Região 1: 15 de setembro a 25 de novembro (semeadura em 26 de novembro);
  • Região 2: 20 de setembro a 30 de novembro (semeadura em 1º de dezembro);
  • Região 3: 10 de setembro a 19 de novembro (semeadura em 20 de novembro).
Nova norma reforça segurança no transporte e nas algodoeiras

Publicada em agosto de 2025, a Instrução Normativa nº 05/2025 também atualiza as regras para acondicionamento e transporte do algodão em caroço, com foco em evitar a disseminação do bicudo durante o deslocamento das cargas.

O coordenador do Programa Estadual, Maxwell Carvalho, reforça que o enlonamento adequado e a vistoria rigorosa das cargas são indispensáveis para evitar derramamentos e contaminações ao longo das rotas de transporte.

“É fundamental atenção ao descarregamento e à limpeza dos veículos para impedir que sementes caiam e germinem em locais não autorizados”, alertou Carvalho.

Fonte: Portal do Agronegócio

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