Publicado em: 05/09/2025 às 14:00hs
O Sistema CNA/Senar, em parceria com a startup Siloreal, iniciou um projeto-piloto inovador para monitorar rolos de algodão em pátios e lavouras, com o objetivo de prevenir incêndios e reduzir perdas financeiras.
A iniciativa é conduzida pelo HUB CNA, com apoio da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas, e conta com a colaboração da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb) e dos Sindicatos Rurais de Barreiras e Formosa do Rio Preto.
O piloto foi realizado nos dias 26 e 27 de agosto na Fazenda Fronteira, em Formosa do Rio Preto, região Oeste da Bahia. A previsão é que os testes sigam por seis meses ou até que os fardos sejam encaminhados ao beneficiamento.
Segundo Tiago Pereira, assessor técnico da CNA, o projeto combate um problema antigo da cotonicultura: o risco de incêndios em fardos armazenados. Ele explica que a umidade residual e o alto grau de compactação podem gerar aquecimento interno, provocando autocombustão.
“Na safra passada, um incêndio atingiu um pátio de armazenamento, queimando cerca de 5 mil fardos. Apesar de não haver vítimas, ficou claro que ações preventivas são essenciais, assim como a cobertura por seguro patrimonial”, afirma Pereira.
O uso da tecnologia traz vantagens financeiras para os produtores, incluindo descontos em seguros patrimoniais e condições de crédito mais vantajosas, já que demonstra a adoção de medidas preventivas.
Cada rolo de algodão em caroço pesa cerca de 2.200 kg e tem valor aproximado de R$ 8.500, evidenciando a importância de evitar perdas por incêndio.
Durante os testes, sensores foram inseridos nos fardos para monitorar temperatura, umidade, e futuramente CO₂ e fumaça, emitindo alertas imediatos caso alguma condição atípica seja detectada.
“Isso permite que o produtor isole o fardo antes que o calor evolua para um incêndio aberto”, destaca Pereira.
Para Daniele Leonel, coordenadora do HUB CNA, o projeto-piloto reflete o propósito da iniciativa: validar soluções tecnológicas que agreguem valor dentro da porteira.
“Estamos focados em tecnologias que atendam desafios reais, como os incêndios em fardos de algodão. A parceria com a Siloreal demonstra nosso compromisso com inovação e segurança no agronegócio brasileiro.”
Gabriela Adegas, gerente de Sucesso de Cliente da Siloreal, explica que a tecnologia já é usada em silos bolsa e está sendo adaptada para os rolos de algodão.
Para João Bruno, coordenador da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar no Oeste da Bahia, o projeto reforça o compromisso regional com inovação e sustentabilidade.
“Essa experiência fortalece a imagem do algodão brasileiro e traz mais segurança para quem investe na atividade.”
A produtora Carolina da Cunha, proprietária da Fazenda Fronteira, destacou a importância do piloto para a região:
“Retomamos a produção de algodão este ano. A cultura exige alto nível tecnológico e grandes investimentos. Nossa região enfrenta longos períodos de estiagem, o que aumenta o risco de incêndios.”
Segundo Tiago Pereira, nos próximos meses, o monitoramento contínuo dos rolos de algodão deve reduzir perdas, aumentar a segurança nos pátios e favorecer negociações mais vantajosas com o mercado segurador.
Fonte: Portal do Agronegócio
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