Algodão

Rabobank apresenta perspectivas para o mercado do algodão em 2024

O Rabobank, renomado banco especializado em agronegócios, apresenta um panorama detalhado das perspectivas para o agronegócio em 2024, com um foco especial no algodão


Publicado em: 04/12/2023 às 20:00hs

Rabobank apresenta perspectivas para o mercado do algodão em 2024

Para o ciclo 2023/24, a projeção indica o quinto crescimento consecutivo na área plantada de algodão, prevendo que a semeadura ultrapasse 1,8 milhão de hectares. O encerramento da colheita brasileira do ciclo 2022/23 confirmou uma safra recorde, com uma produção estimada em mais de 3,2 milhões de toneladas, representando um aumento notável de 24% em relação ao ano anterior. O clima extremamente favorável foi determinante para esse resultado expressivo.

No entanto, a primeira metade de 2023 foi marcada por um desempenho aquém do esperado nas exportações, com uma redução de 49% entre janeiro e junho, resultando em um excesso de oferta no mercado doméstico e pressionando as cotações da pluma no Brasil. Os quatro principais importadores brasileiros de algodão (China, Vietnã, Indonésia e Bangladesh) reduziram suas importações em 45%, contribuindo para a queda nas exportações, que ainda apresentam uma redução de 25% no acumulado do ano até outubro.

A recuperação nas exportações a partir de julho de 2023 foi impulsionada pela redução da oferta nos Estados Unidos no início da temporada 2023/24. A produção de algodão nos EUA deve alcançar 2,8 milhões de toneladas, com uma redução de 11% em comparação com a safra anterior. Apesar da liderança dos EUA como maior exportador de algodão, as exportações esperadas para 2023/24 devem diminuir em 25% em relação a 2020/21. No Brasil, a área plantada para o ciclo 2023/24 deve crescer pelo quinto ano consecutivo, ultrapassando 1,8 milhão de hectares, um aumento de 8% em relação à safra passada. Isso, combinado com a redução das margens do milho safrinha, deve resultar em uma safra total de 3,0 milhões de toneladas, colocando o Brasil como o terceiro maior produtor mundial, superando os Estados Unidos. As exportações brasileiras devem atingir 2,5 milhões de toneladas, sustentadas pela safra recorde de 2022/23.

Apesar da safra recorde brasileira, a produção global de algodão deverá diminuir em 5% em comparação com a safra anterior, totalizando 24,5 milhões de toneladas. China, Índia, Estados Unidos e Austrália foram impactadas negativamente pelo clima, enquanto o Paquistão projeta uma recuperação da produção. A demanda global deve atingir 25,2 milhões de toneladas, um aumento de 4% em comparação com o ciclo anterior, resultando em uma redução prevista de 4% nos estoques globais.

Embora a oferta global restrita e a demanda crescente possam favorecer os embarques nacionais nos próximos meses, o desempenho da economia global e os eventos geopolíticos serão cruciais para o mercado de algodão. A volatilidade nos preços do petróleo devido à situação geopolítica, como a guerra Israel-Hamas, e o impacto econômico podem influenciar significativamente o mercado.

Pontos de Atenção:

  • O avanço do plantio do algodão no Brasil será monitorado, especialmente devido a atrasos no plantio de soja no Mato Grosso.
  • Restrições na oferta nos EUA podem favorecer os embarques nacionais, mas o contexto macroeconômico e geopolítico global pode impactar adversamente.
  • De acordo com o USDA, a colheita de algodão nos EUA alcançou 57%, 2 pontos percentuais acima da média dos últimos 5 anos.
  • Os preços do caroço de algodão no Mato Grosso desvalorizaram 58% em relação ao mesmo período do ano passado, conforme dados do IMEA.

Fonte: Portal do Agronegócio

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