Publicado em: 15/12/2025 às 11:55hs
O pulgão-do-algodoeiro (Aphis gossypii) tem se consolidado como uma das principais pragas do cultivo de algodão no Brasil, exigindo monitoramento constante e ações de controle antecipadas por parte dos produtores.
Com alta capacidade de reprodução, o inseto pode gerar até 15 gerações em uma única safra, o que aumenta significativamente o risco de infestações severas.
Segundo o agrônomo Luiz Henrique Marcandalli, head de marketing da Rainbow Agro, o pulgão é capaz de deformar as folhas das plantas, reduzir o crescimento vegetativo e dificultar a fotossíntese, comprometendo o pleno desenvolvimento da lavoura.
Os pulgões são pequenos insetos sugadores, com coloração que varia entre amarelo e verde, e se alimentam da seiva das plantas.
Durante o processo, liberam uma substância açucarada sobre as folhas, que atrai formigas e favorece o surgimento da fumagina, causada pelo fungo Capnodium spp..
Esse conjunto de fatores enfraquece a planta, reduz a eficiência da fotossíntese e cria um ambiente propício à disseminação de doenças.
Além dos danos diretos, o pulgão é vetor de microrganismos que causam doenças graves, como o mosaico das nervuras e o vermelhão, que afetam a produtividade e a qualidade das fibras.
Em casos severos, o ataque do inseto pode reduzir até 40% da produção, resultando em grandes prejuízos econômicos para o produtor.
O clima quente e seco, caracterizado por altas temperaturas e baixa umidade, é o mais favorável para a proliferação do pulgão.
De acordo com Marcandalli, o pulgão também reduz a qualidade comercial do algodão.
“O líquido meloso liberado pelo inseto, conhecido como honeydew, torna as fibras mais pegajosas, gerando o que chamamos de sticky cotton”, explica.
Esse tipo de contaminação diminui o valor de mercado do produto e pode impactar diretamente a rentabilidade da safra.
O controle do pulgão exige investimentos significativos em defensivos agrícolas.
Segundo o agrônomo, o inseto e outros sugadores são responsáveis por cerca de 40% das pulverizações com inseticidas nas lavouras de algodão.
No Cerrado brasileiro, os custos de manejo podem chegar a US$ 3 mil por hectare, reforçando a importância de estratégias integradas de controle e de ações preventivas no início do ciclo da cultura.
Fonte: Portal do Agronegócio
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