Uma das culturas mais atingidas pela Helicoverpa armigera em Minas Gerais é a do algodão. De acordo com o diretor executivo da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), Lício Pena, a situação é crítica, já que a presença da praga na região de produção é grande e a estimativa de crescimento da produção poderá ser frustrada devido à presença da lagarta.

Ainda segundo Pena, somente na safra passada de algodão os prejuízos causados pela praga alcançaram R$ 15 milhões em Minas. O plantio do algodão no Estado começou na última semana, porém em culturas vizinhas, como a de soja e milho, já foram constatadas a presença da lagarta.

"Nossa preocupação em relação à infestação é muito grande. O uso de defensivo foi impulsionado e alguns produtos utilizados no combate já estão em falta. A Amipa esta adotando várias medidas para tentar controlar a proliferação da lagarta, como a distribuição de armadilhas luminosas e feromônios sintéticos da mariposa fêmea. O objetivo é identificar as áreas de maior infestação, para traçar estratégia", ressalta Pena.

Também será criada em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, uma biofábrica, que irá funcionar em meados de 2014. A ideia é desenvolver trabalho conjunto entre a Amipa e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para o desenvolvimento de produtos biológicos como as vespas, que são predadoras naturais dos ovos da Helicoverpa armigera.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a expectativa inicial em relação à produção de algodão na safra 2013/14 é de um volume de 31,5 mil toneladas de algodão em pluma, o que se alcançado representará avanço de 19,5% sobre o volume colhido anteriormente em Minas Gerais. Na safra passada, o volume produzido ficou em torno de 26 mil toneladas. No período foram registradas perdas próximas a 10%, devido a infestação da largata, o que causou prejuízos próximos a R$ 15 milhões.

O possível aumento da produção - que para se concretizar necessita, entre outras medidas, o controle da lagarta - se deve à recuperação dos preços internos observada ao longo de 2013, pela oferta mais restrita em relação à demanda e a elevação dos preços no mercado externo com tendência de permanecerem em patamares favoráveis.