A produção de algodão no Brasil está projetada para alcançar 3,9 milhões de toneladas de pluma em 2025, um crescimento de 5,6% em relação à safra anterior, segundo estimativas da Safras Consultoria. Esse avanço reforça a posição do país como maior exportador mundial da fibra, consolidando a liderança sobre os Estados Unidos.

Gil Barabach, analista da Safras & Mercado, destaca que a evolução da produção nacional reflete a capacidade competitiva do Brasil no mercado global. Ele também avalia que uma possível guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, desencadeada por tarifas sob a administração de Donald Trump, pode favorecer as exportações brasileiras, abrindo espaço para maior penetração no mercado chinês, principal consumidor mundial de algodão.

Excesso de oferta pode pressionar preços no mercado internacional

Apesar do cenário positivo para o volume produzido, o aumento na oferta global combinado com uma demanda mais contida pode gerar um excesso de algodão no mercado. Barabach observa que isso deve manter os preços internacionais pressionados, dificultando movimentos de alta na Bolsa de Nova York.

Esse contexto reduz as oportunidades de vendas antecipadas, como as que ocorreram no início de 2024, quando o mercado chegou próximo a 85 centavos por libra-peso, favorecendo os produtores brasileiros.

Mercado interno e perspectivas de preços

No mercado doméstico, Barabach aponta que a valorização do dólar e a baixa disponibilidade física devem sustentar os preços internos nos primeiros meses de 2025. Contudo, com a chegada da nova safra, os valores internos tendem a se alinhar aos preços internacionais.

Ainda assim, o analista ressalta que o dólar elevado e uma maior demanda externa, sobretudo da China, podem servir como suporte para os preços do algodão ao longo do ano.

Essa combinação de fatores promete um cenário dinâmico para o setor, com desafios no mercado internacional, mas oportunidades importantes para o mercado interno e as exportações brasileiras.