Publicado em: 27/09/2024 às 19:20hs
O mercado de algodão no Brasil apresentou preços firmes ao longo de setembro, com um aumento de 2,18% em relação a agosto. O fluxo de negócios foi moderado, incluindo a última semana do mês, com as cotações da fibra se mantendo independentes do mercado de Nova York, que passou por ajustes após recentes altas. As negociações envolveram tanto o mercado spot quanto contratos com entregas previstas entre outubro e dezembro, conforme relatado pela Safras Consultoria.
Na região de Rondonópolis, no Mato Grosso, a pluma de algodão foi cotada, na quinta-feira (26), a R$ 3,83 por libra-peso (equivalente a R$ 126,71 por arroba), registrando um aumento de 3,51% em comparação à semana anterior, quando o valor era de R$ 3,70 por libra-peso (R$ 122,41 por arroba). As indústrias locais também elevaram suas bases de compra ao longo do mês, com uma alta de 3,95%. Em São Paulo, a fibra de algodão CIF subiu de R$ 3,95/libra-peso em agosto para R$ 4,05/libra-peso nesta última quinta-feira de setembro.
No cenário internacional, o mercado de algodão em Nova York segue com uma tendência neutra no curto prazo, segundo o índice Safras IA Score. A pressão da colheita nos Estados Unidos está sendo equilibrada por fatores climáticos, como as tempestades tropicais e o furacão Francine, que atingiram a região na última semana. Essas condições adversas nas lavouras levaram o USDA a revisar suas estimativas, mantendo a neutralidade do mercado.
Com o avanço da colheita e do beneficiamento, a expectativa é que a pressão sobre os preços aumente no médio prazo, de acordo com Gil Barabach, consultor e analista da Safras & Mercado. Ele ressalta que o clima continua sendo um fator decisivo tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. "No Brasil, o clima seco está dificultando o plantio da soja, o que pode encurtar a janela para o cultivo do algodão, gerando uma tensão adicional", explica Barabach.
No Brasil, a colheita de algodão já foi concluída, com mais da metade do beneficiamento finalizado, o que tem aumentado a oferta no mercado interno e exercido pressão de baixa sobre os preços. O Safras IA Score indica que essa maior oferta pode resultar em uma leve tendência de queda no curto e médio prazo. “O desequilíbrio climático, com chuvas em excesso nos EUA e seca no Brasil, adiciona incertezas ao mercado, mas a oferta interna deve compensar a influência do clima”, conclui Barabach.
Fonte: Portal do Agronegócio
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