Algodão

Preços do algodão recuam no Brasil e no exterior em agosto, aponta relatório Agro Mensal do Itaú BBA

Queda acentuada nos preços internacionais e internos


Publicado em: 11/09/2025 às 10:30hs

Preços do algodão recuam no Brasil e no exterior em agosto, aponta relatório Agro Mensal do Itaú BBA

O preço do algodão registrou queda em agosto, tanto em Nova York quanto no mercado brasileiro, segundo o relatório Agro Mensal da Consultoria Agro do Itaú BBA. Nos Estados Unidos, a pluma caiu 1%, para USDc 65,6/lb, operando em um intervalo estreito de USDc 65-67/lb desde o início do ano. No Brasil, a cotação da pluma em Rondonópolis recuou 2,7%, fechando o mês a R$ 3,81/lb, marcando o terceiro mês consecutivo de queda.

A pressão sobre os preços se deve a fatores como oferta global confortável, demanda estável, avanço da colheita no Brasil e preços do petróleo, que seguem pressionados.

Colheita brasileira avança, mas embarques recuam

Segundo a Conab, a colheita de algodão da safra 2024/25 atingiu 73%, abaixo dos 88% do mesmo período em 2024 e da média de cinco anos (87%). Mato Grosso e Bahia, principais produtores, registraram os maiores atrasos.

Os embarques em agosto somaram 77 mil toneladas, queda de 33% em relação ao mesmo mês de 2024, marcando o pior início de temporada desde 2022/23, quando foram exportadas 64 mil toneladas.

Para a safra 2025/26, com produção recorde estimada em 4,7 milhões de toneladas, há expectativa de avanço dos embarques para 3,1 milhões de toneladas de pluma, apesar do cenário desafiador para o algodão brasileiro.

Balanço global mantém pressão sobre os preços

O USDA revisou a safra de algodão 2025/26 nos EUA, com alta na produtividade e redução da área colhida, estimada agora em 3 milhões de hectares. A produção americana foi ajustada para 2,9 milhões de toneladas, com estoques finais em 0,8 milhão de toneladas, 22% abaixo da projeção de julho.

Apesar da queda no estoque final, a estabilidade do consumo global mantém estoques acima da média das últimas cinco safras, sustentando a pressão sobre os preços da pluma.

Fatores externos e comerciais influenciam a cotação

A prorrogação da isenção de tarifas de importação de algodão pela Índia até 31 de dezembro, após a imposição de tarifa de 25% sobre têxteis e vestuário indianos pelos EUA, pode estimular as importações indianas e trazer algum suporte ao preço da pluma.

No entanto, fatores como estoques globais confortáveis, fraco crescimento econômico mundial e incertezas comerciais, aliados à perspectiva de queda nos preços do petróleo, sugerem maior tendência de manutenção ou recuo dos preços do algodão do que de valorização.

Fonte: Portal do Agronegócio

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