O cenário do mercado interno de algodão seguiu uma trajetória oposta em novembro, desafiando as expectativas em meio à disponibilidade de oferta tanto nacional quanto internacional, conforme relata a SAFRAS Consultoria. Enquanto os referenciais externos registraram leves ganhos para a pluma ao longo do mês, o mercado físico brasileiro apresentou um comportamento divergente.

A indústria, inicialmente operando de maneira ajustada à demanda, demonstrou uma desaceleração ao longo da semana, resultando em uma postura mais cautelosa. Nesse contexto, o preço do algodão no polo industrial de São Paulo, ao final de novembro, ficou em torno de R$ 3,91/libra-peso, representando um aumento de 0,26% em relação à semana anterior, quando estava cotado a R$ 3,90/libra-peso. Contudo, em comparação com o mesmo período do mês anterior, quando atingiu R$ 3,96/libra-peso, houve uma queda de 1,26%.

No FOB porto de Santos, o algodão encerrou a 75,21 centavos/lb, ante 75,86 centavos/lb na semana anterior, indicando uma desvalorização de 0,59%. Diante dessas perdas e da demanda mais restrita, os vendedores brasileiros buscaram maior competitividade na Bolsa de Nova York. O valor do prêmio pago pelo produto nacional ficou em -4,65 centavos. Há uma semana, era -5,05 centavos, e há um mês, -7,97 centavos/libra-peso contra o contrato Março/24 na ICE US.

Quanto à produção de algodão na Índia, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima 26 milhões de fardos no ano comercial 2023/24, em comparação com os 26,3 milhões do período anterior. A área plantada está projetada em 12,7 milhões de hectares, ante 12,927 milhões no ciclo anterior. As exportações indianas foram previstas em 2 milhões de fardos para 2023/24, enquanto o consumo doméstico deve atingir 24 milhões de fardos. Os estoques finais foram estimados em 12,824 milhões de fardos para 2023/2024, em comparação com 11,824 milhões na temporada anterior.