Publicado em: 13/08/2025 às 19:20hs
Em julho, o preço do algodão na bolsa de Nova York registrou uma leve valorização de 1,3% em relação a junho, atingindo 66,41 cents por libra-peso. Apesar disso, as cotações continuam operando dentro de uma faixa estreita, entre 65 e 67 cents/lb. O cenário global indica conforto no balanço entre oferta e demanda, com aumento dos estoques finais e expectativa de produção maior nos Estados Unidos. Além disso, a China deve manter suas importações em níveis reduzidos.
No mercado brasileiro, os preços da pluma de algodão caíram 4% em julho, alcançando R$ 3,92 por libra-peso em Rondonópolis. A desvalorização, iniciada em junho, foi impulsionada pelo início da colheita e maior disponibilidade de pluma beneficiada, sem apoio significativo das cotações internacionais.
Os preços do caroço também apresentaram queda em julho, apesar de permanecerem acima dos valores registrados no ano anterior. Em Lucas do Rio Verde, a média do caroço caiu 40% no mês, para R$ 921 por tonelada, mas teve alta de 72,9% em comparação a julho de 2024. Já em Primavera do Leste, o valor médio recuou 31,9%, para R$ 1.149 por tonelada, com aumento anual de 68,1%.
Segundo dados da Conab, até julho de 2025, a colheita da safra 2024/25 alcançou 29,7% da área plantada, abaixo dos 36,7% do mesmo período do ano anterior e dos 46,1% da média dos últimos cinco anos. No Mato Grosso, maior produtor do país, o avanço foi de 20,9%, contra 31,8% em 2024 e 41,4% na média histórica.
Estoques globais devem crescer, pressionando preços da pluma
A perspectiva para a safra americana segue positiva, o que deve manter os estoques globais confortáveis. O balanço mundial para 2025/26 projeta o maior estoque desde a pandemia, com 16,8 milhões de toneladas, próximo dos 18,2 milhões de toneladas registrados em 2019/20. Enquanto EUA e Brasil devem aumentar a produção, China e Índia devem apresentar safra menor, porém ainda em níveis elevados, o que limita o crescimento da demanda por importação nesses países.
Os recentes acordos comerciais dos EUA com países asiáticos como Vietnã e Bangladesh, importantes fornecedores de têxteis, trazem reflexos para a demanda. Com tarifas de 20% para o Vietnã e 35% para Bangladesh, os produtos têxteis exportados para os EUA terão custo maior, o que pode reduzir o consumo e pressionar a demanda por algodão.
Os preços do algodão enfrentam pressão devido à boa oferta global, demanda fraca diante do crescimento econômico mundial desacelerado e incertezas comerciais. Além disso, a valorização da pluma sofre impacto do enfraquecimento do mercado do petróleo. Nas próximas semanas, será essencial acompanhar as condições climáticas nas áreas produtoras dos EUA e possíveis ajustes na área plantada.
Fonte: Portal do Agronegócio
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