Publicado em: 21/01/2014 às 17:30hs
Neste mês de janeiro colaborador do Instituto Algodão Social (IAS) estiveram nas primeiras propriedades, localizadas no município de Jangada e Campo Verde. De acordo com Felix Balaniuc, diretor Executivo do IAS, 270 propriedades em devem passar pelo processo de certificação no Estado, já que todas elas estão cadastradas. O Instituto Algodão Social é uma entidade sem fim lucrativo criado pelos associados da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA). Instituições como o Ministério do Trabalho e Emprego, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Instituto Ethos contribuíram com sugestões para que a AMPA criasse uma entidade que pudesse orientar seus associados a conhecerem e implantarem as leis trabalhistas e de segurança do trabalho em suas fazendas. O diretor explica que entre os principais objetivos o Instituto, estão: a conscientização do produtor sobre a importância da adoção dos novos paradigmas do desenvolvimento sustentável e da responsabilidade social do empreendedor rural; orientar e auxiliar o produtor no cumprimento das Normas de Segurança do Trabalho, Saúde Ocupacional e Meio Ambiente do Trabalho (NR 31) e Segurança em Espaços Confinados (NR 33), da CLT e da Legislação Trabalhista rural; proporcionar segurança jurídica nas relações trabalhistas, levando o conhecimento legal a todos os associados; bem como a democratizar dos custos do processo de certificação.
"Já faz algum tempo que clientes da Europa e outros países exigem informações oficiais de que o produto que estão comprando não é proveniente de propriedades onde há trabalho e escravo e infantil, daí a importância desta certificação para a cadeia do algodão como um todo", explica Felix. Os trabalhos de certificação nessas primeiras propriedades foram acompanhados por Antonio Simões Parente, coordenador de Certificação de Sistemas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e Walter Esper, coordenador de Infraestrutura de Tecnologia de Informação da ABNT. Os dois vieram de São Paulo e do Rio de Janeiro, respectivamente, e acompanharam de perto a primeira etapa do processo de certificação, que é a visita à propriedade rural e o levantamento de informações junto a seu responsável. O trabalho na safra 2013/14 tem um status especial, já que é o primeiro ano em que 100% das fazendas dos associados da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) que querem obter a certificação são visitadas pela equipe do IAS (antes o processo era feito por amostragem).
Sendo que a partir de agora o trabalho é feito por uma equipe integrada por um colaborador do IAS e um representante da ABNT. Tendo como diferencial o fator que a propriedade que passar pelo processo de certificação do Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) pode fazer sua adesão ao sistema BCI (Better Cotton Initiative). Mas, para quem faz o trabalho no campo, como o técnico de Segurança do Trabalho, Marcos Valério Martinelli do IAS, talvez a maior novidade seja a introdução de um sistema que permite que os dados coletados na fazenda sejam enviados imediatamente para a ABNT por meio de tablet (iPAD). Essa mudança, na região dos representantes da ABNT, deverá facilitar o trabalho das equipes de campo e agilizar todo o processo de certificação. Conforme o diretor executivo do IAS, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) lançou em 2012 o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que unificou o sistema Better Cotton Iniative (BCI) em 2013.
Dessa forma, a partir da safra 2013/14 o produtor mato-grossense aprovado pelo programa ABR poderá optar por ter a licença BCI, que dá acesso a um nicho de mercado formado por grandes empresas da indústria mundial de confecção. Enquanto o foco do ABR é mais voltado para a responsabilidade social, o BCI está focado no aspecto ambiental das fazendas e no respeito às boas práticas agrícolas.
Fonte: Portal Truman
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