Publicado em: 23/07/2025 às 11:30hs
O custo operacional efetivo (COE) para a safra 2025/26 do algodão em Mato Grosso apresentou leve recuo em junho, conforme análise divulgada pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) nesta segunda-feira (21). Segundo o projeto CPA-MT, o custo foi estimado em R$ 10.647,25 por hectare, queda de 0,17% em relação a maio.
A principal contribuição para essa diminuição veio da redução nas despesas com micronutrientes e corretivos do solo, que recuaram 1,35% e 0,72%, respectivamente. Ainda assim, o Imea ressalta que esse valor permanece como o segundo maior custo registrado na série histórica para o cultivo do algodão.
O instituto alerta os produtores sobre a necessidade de monitoramento constante das condições de mercado, principalmente porque os preços da pluma continuam em níveis mais baixos. A relação de troca (RT) entre algodão e fertilizantes apresenta sinais favoráveis para compra: o custo do fertilizante SAM está 10,95% e o do KCL 21,26% abaixo da média histórica, o que significa que, em média, são necessárias 13,96 arrobas de pluma para adquirir uma tonelada de SAM e 17,25 arrobas para uma tonelada de KCL.
Contudo, o Imea destaca que quedas mais acentuadas nos preços do algodão podem comprometer essa relação de troca e impactar negativamente a rentabilidade dos produtores.
Paralelamente, dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que os preços do algodão no Brasil têm oscilado dentro de uma faixa estreita desde o final de junho. O Indicador CEPEA/ESALQ com pagamento em 8 dias varia aproximadamente 2%, mantendo-se entre R$ 4,08 e R$ 4,17 por libra-peso (lp).
Apesar do avanço da colheita, que deve registrar volumes recordes na nova safra, os agentes do mercado enfrentam dificuldades para encontrar algodão com a qualidade desejada. Essa situação, somada a uma negociação ainda tensa entre compradores e vendedores, mantém a liquidez baixa no mercado spot, contribuindo para a estabilidade dos preços.
O cenário indica que os produtores precisam estar atentos não apenas aos custos de produção, que permanecem elevados, mas também à evolução dos preços e qualidade do algodão ofertado. O equilíbrio entre oferta e demanda, aliado à variação da relação de troca, será determinante para a rentabilidade na safra 2025/26.
Fonte: Portal do Agronegócio
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