Algodão

Consultor recomenda que produtores de algodão invistam em ferramentas

O consultor Miguel Biegai Junior foi um dos palestrantes no Congresso AgriMoney


Publicado em: 29/11/2013 às 18:30hs

Consultor recomenda que produtores de algodão invistam em ferramentas

Ele discursou sobre o mercado de algodão e recomendou que os produtores busquem informações de qualidade e invista em ferramentas do mercado futuro para proteger os preços de sue produto. A palestra ministrou a palestra nesta quarta-feira (27.11), em Cuiabá.

Biegai é Corretor de Mercado Futuro de Commodities na Granopar (PR) e explicou como acontece a formação de preços do algodão no mercado internacional e doméstico, mostrando a forte correlação que existe entre as cotações da pluma na Bolsa de Nova York, nos Estados Unidos, e as do mercado doméstico.

Ainda segundo o corretor o algodão de segunda safra é a grande aposta na safra 2013/14 em funsão da baixa rentabilidade do milho e fez um prognóstico animador para os preços da pluma a curto e médio prazo.

"No âmbito doméstico, a escassez de oferta manterá o mercado próximo à paridade de importação", comentou, depois de apresentar dados que confirmam a tendência de que continue mais caro para a indústria têxtil importar a pluma de outros países do que comprá-la do produtor brasileiro.

Apesar da expectativa, o palestrante ressaltou que, mesmo com a redução da oferta de pluma em nível mundial, o abastecimento segue com sobreoferta, "o que é um empecilho para elevações mais consistentes das cotações". Biegai lembrou ainda a incógnita representada pelo comportamento da China - maior produtor e importador de pluma do mundo - em relação aos seus estoques de algodão. O corretor também declarou que o algodão é a commodity mais sensível às variações na renda da população, já que os itens de vestuário são os primeiros a serem cortados em situações de crise.

Por isso, apesar do mercado de algodão estar hoje relativamente estabilizado, ele recomenda aos produtores que se mantenham muito bem informados e procurem mecanismos de proteção para enfrentar eventuais mudanças de humores no cenário mundial, que acabam respingando no mercado doméstico.

O moderador da palestra, Décio Tocantins, diretor executivo da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), aproveitou a ocasião para reafirmar a importância da definição de um novo preço mínimo para o algodão.

Há mais de 10 anos o preço mínimo apresenta uma defasagem de aproximadamente 50% em relação ao custos de produção da lavoura levantados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ele também apresentou os números de produção em Mato Grosso - estado responsável por cerca de 50% da produção brasileira de fibra e das exportações nacionais. Depois de sofrer um recuo de 37% na safra 2012/13 em relação à safra 2011/12, a produção deverá crescer (cerca de 28%) na safra 2013/14, que terá início no próximo dia 1º, principalmente na área de segunda safra em sucessão ao plantio de soja.

"Considerando a demanda doméstica e as exportações, deverá faltar algodão em 2014 e a paridade de importação deverá continuar", acredita o executivo.

Fonte: AgroOlhar

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