Publicado em: 09/09/2025 às 17:30hs
Em 2024, o Brasil alcançou o posto de terceiro maior produtor de algodão do mundo e assumiu a liderança global nas exportações da fibra. Esse desempenho fortaleceu a economia e elevou a imagem do país no mercado internacional.
Apesar do sucesso, ainda há pouco reconhecimento sobre o papel essencial da pesquisa científica e da inovação tecnológica que sustentam esse avanço.
Para ampliar a visibilidade dos processos que impulsionam a produtividade da pluma, a 15ª edição do Congresso Brasileiro do Algodão (CBA) será realizada entre 22 e 24 de setembro de 2026, no Expominas, em Belo Horizonte (MG).
O evento contará com plenárias, hubs técnicos simultâneos e workshops, aproximando o público dos avanços científicos e dos desafios da cadeia produtiva.
Segundo Rafael Galbieri, coordenador da Comissão Científica do CBA, o congresso é uma oportunidade para discutir temas que podem impulsionar a produção sustentável no Cerrado e garantir qualidade à fibra.
O estado de Minas Gerais, anfitrião do CBA 2026, vem se consolidando na cotonicultura brasileira. A Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) se destaca por projetos voltados à agroecologia e ao manejo integrado de pragas.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Fernando Lamas, a adoção do plantio direto e o uso de cultivares adaptadas foram fundamentais para viabilizar a cultura no Norte de Minas. A região, que já foi uma das maiores produtoras do país, vem retomando espaço com apoio da biotecnologia.
Desde 2014, a Amipa mantém uma biofábrica de macro-organismos, liberados por drones nas lavouras para controle biológico de pragas. A tecnologia reduz o uso de defensivos agrícolas, com benefícios ambientais e econômicos.
Para Daniel Bruxel, presidente da Amipa, a programação científica do CBA é estratégica para o fortalecimento da cotonicultura em Minas Gerais. Ele destaca que os debates sobre sustentabilidade e inovação colocam o setor na vanguarda tecnológica.
“O êxito do Congresso está na capacidade de reunir conteúdos científicos de alto nível com temas de gestão e mercado, oferecendo ferramentas completas para enfrentar os desafios da cotonicultura”, afirmou.
Na edição de 2024, realizada em Fortaleza (CE), o congresso recebeu mais de 4.200 participantes, com 114 palestrantes, 19 hubs temáticos e 288 trabalhos científicos apresentados.
Segundo Galbieri, a expectativa é de que o evento de 2026 seja ainda maior, acompanhando o crescimento da produção nacional de algodão.
A Comissão Científica do CBA 2026 será formada por 11 especialistas, que selecionarão trabalhos de pesquisadores de todo o país. Em 2024, oito áreas de conhecimento foram contempladas, incluindo agricultura digital e biotecnologia.
Para Fernando Lamas, o congresso promove uma troca valiosa de experiências entre pesquisadores, técnicos e produtores, permitindo avanços na produtividade, qualidade da fibra e preservação ambiental.
Galbieri reforça que os congressistas buscam no evento informações seguras e atualizadas para aplicar diretamente nas lavouras, especialmente em um clima tropical dinâmico e desafiador.
Reconhecido como o maior evento da cotonicultura brasileira, o CBA reúne produtores, pesquisadores, empresas, autoridades e profissionais da indústria têxtil e do agronegócio.
Com foco em inovação, sustentabilidade, mercado e tendências, o congresso também oferece espaço para networking e geração de negócios, consolidando-se como plataforma estratégica para o futuro do algodão brasileiro.
Fonte: Portal do Agronegócio
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