Algodão

Colheita do algodão entra na reta final: estratégias para reduzir perdas e preparar a safra 2025/26

Clima irregular no Cerrado preocupa produtores


Publicado em: 02/10/2025 às 10:35hs

Colheita do algodão entra na reta final: estratégias para reduzir perdas e preparar a safra 2025/26
Foto: Basf

A colheita do algodão segue para sua fase final em praticamente todas as regiões produtoras do Brasil, com destaque para Mato Grosso, Bahia e Goiás, responsáveis por mais de 85% da produção nacional, segundo a Conab.

No entanto, o clima voltou a preocupar: em áreas do Cerrado, chuvas isoladas e fora de época têm impactado a qualidade da fibra, aumentando o risco de manchas, presença de impurezas e perda de valor no mercado internacional.

Manejo ainda pode reduzir perdas nesta safra

Embora a colheita esteja adiantada, especialistas destacam que ainda há espaço para ajustes que podem evitar perdas e preservar a qualidade da fibra.

De acordo com Augusto Sanches, agrônomo e coordenador técnico de mercado da Nitro, práticas como a aplicação de desfolhantes e dessecantes em áreas com rebrota ou presença de plantas daninhas ajudam a facilitar a operação das colhedoras e a reduzir impurezas.

Outro ponto de atenção é a regulagem correta das máquinas. Velocidade excessiva, falta de manutenção e uso inadequado de insumos podem causar perdas superiores a 10% da produção, conforme estudos da Embrapa.

Preparação da próxima safra começa agora

Após a colheita, o foco deve ser o preparo do solo para o próximo ciclo. A avaliação química e física, seguida pela correção com calcário e gesso e pela adubação de base, são etapas essenciais para garantir maior produtividade.

O uso de insumos biológicos também vem ganhando espaço, contribuindo para a saúde do solo e melhor aproveitamento dos nutrientes.

“A safra seguinte começa a ser construída no momento em que a colheita termina. Investir em correção do solo, cobertura vegetal e aplicações biológicas é um seguro para quem busca produtividade elevada e fibra de qualidade”, reforça Sanches.

Rotação de culturas fortalece sustentabilidade

Outro ponto estratégico é a rotação de culturas. O algodão, de ciclo longo e alto consumo nutricional, deve ser sucedido por espécies como braquiária ou milheto, que auxiliam na redução de nematoides, melhoram a estrutura do solo e aumentam a matéria orgânica.

Segundo a Abrapa, propriedades que adotam esse manejo têm registrado ganhos consistentes em produtividade ao longo dos anos.

Olhar para frente: eficiência e competitividade

Mesmo com a colheita praticamente encerrada, os especialistas reforçam que ainda é possível corrigir falhas nesta safra e, principalmente, usar as lições aprendidas para estruturar o ciclo de 2025/26.

A atenção ao clima, ao solo e ao manejo nutricional e biológico será decisiva para que o algodão brasileiro mantenha sua competitividade e siga ampliando sua participação no mercado mundial.

Fonte: Portal do Agronegócio

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