Algodão

Ceará inicia discussão sobre regulamentação do algodão orgânico e transgênico

Estado reúne especialistas e produtores para debater normas, produção sustentável e estratégias de mercado para o algodão orgânico e transgênico


Publicado em: 25/08/2025 às 11:55hs

Ceará inicia discussão sobre regulamentação do algodão orgânico e transgênico

O Governo do Ceará iniciou debates para criar regras claras sobre a produção de algodão orgânico e transgênico no estado, com foco em sustentabilidade e proteção da agroecologia. A iniciativa reúne órgãos públicos, entidades do setor produtivo e instituições de pesquisa para elaborar uma proposta normativa que oriente o cultivo de forma equilibrada e segura.

Encontro reúne órgãos públicos e setor produtivo

O debate ocorreu na quarta-feira (20), na sede da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE), e foi presidido pelo secretário Domingos Filho. Participaram representantes de órgãos públicos, empresas do setor têxtil e instituições de pesquisa.

Segundo Domingos Filho, o objetivo é criar uma legislação estadual que estabeleça regras para o manejo do algodão orgânico e transgênico, incluindo distanciamento entre cultivos e medidas que protejam a agroecologia. “Precisamos definir como incentivar o cultivo sustentável e seguro, garantindo que a agroecologia seja protegida legalmente”, afirmou o secretário.

Ceará se destaca na produção de algodão agroecológico

O estado já é referência nacional na produção de algodão agroecológico, especialmente no município de Tauá. A atividade é apoiada por indústrias têxteis como Santana Textiles e Vicunha Têxtil, em parceria com secretarias estaduais, Embrapa e Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (FAEC).

Atualmente, o cultivo cobre cerca de 1.320 hectares em 52 municípios e é integrado a sistemas consorciados com feijão, milho e gergelim, fortalecendo a agricultura familiar local.

Lacunas na legislação federal

A normativa federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estabelece distanciamento apenas para produção de sementes, sem regras específicas para a produção de pluma de algodão.

Diante disso, especialistas, como Gildo Pereira, da Embrapa, defendem medidas cautelosas até que a legislação estadual seja consolidada. O objetivo é equilibrar produtividade, sustentabilidade e proteção à agricultura familiar, garantindo que os diferentes tipos de cultivo possam coexistir sem prejudicar o setor.

Próximos passos para regulamentação

O debate no Ceará seguirá com a participação de entidades ligadas à agroecologia, agricultura familiar e indústria têxtil. A meta é chegar a um consenso que contemple incentivos à produção sustentável, regras claras para o manejo de algodão orgânico e transgênico e proteção da agricultura familiar.

Fonte: Portal do Agronegócio

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