Algodão

Brasil deve colher terceira safra recorde de algodão e amplia espaço no mercado global

Produção nacional pode chegar a 4 milhões de toneladas em 2024/25


Publicado em: 04/09/2025 às 11:40hs

Brasil deve colher terceira safra recorde de algodão e amplia espaço no mercado global

O Brasil deve alcançar, pelo terceiro ano consecutivo, uma safra recorde de algodão. Segundo estimativas do RaboResearch, a produção da temporada 2024/25 pode atingir 4 milhões de toneladas de pluma, um crescimento de 250 mil toneladas em relação ao ciclo anterior.

A expansão é resultado do aumento de 7% na área plantada em comparação com a safra passada e de condições climáticas favoráveis. Após 36 anos, o cultivo voltou a ultrapassar a marca de 2 milhões de hectares, consolidando o país como protagonista mundial na cotonicultura.

Exportações batem recorde e Brasil ganha espaço dos EUA

Entre agosto de 2024 e julho de 2025, as exportações brasileiras de pluma atingiram o recorde histórico de 2,8 milhões de toneladas, volume 6% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior.

Esse avanço vem em um momento de retração dos Estados Unidos, que perdem participação no mercado global em função de margens de rentabilidade mais estreitas, tensões geopolíticas e limitações no modelo de seguro agrícola. O Brasil, por sua vez, se beneficia de maior competitividade e de uma dinâmica de produção mais favorável.

Pressão nos preços limita margens do produtor

Apesar do crescimento da produção e das exportações, o cenário de demanda global tem pressionado os preços da pluma. No Mato Grosso, principal polo produtor, houve queda de cerca de 3% no valor pago ao produtor, enquanto em Nova Iorque a retração foi mais branda, de 1%.

O ambiente macroeconômico também contribui para esse quadro: sinais de desaceleração no crescimento mundial e o aumento dos juros no Brasil podem restringir investimentos em expansão de área, beneficiamento e logística.

China e Índia reduzem necessidade de importação

Outro fator que pesa sobre o mercado é o bom desempenho das lavouras em China e Índia, os dois maiores consumidores globais de algodão. As condições climáticas favoráveis nesses países devem fortalecer a produção local, diminuindo a demanda por importações.

Esse contexto reforça a expectativa de que não haja recuperação significativa nos preços da pluma no curto prazo.

Desafios adicionais para 2025/26

De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), os preços do caroço de algodão caíram 12% em agosto de 2025 em relação ao mês anterior, acompanhando a queda da pluma.

Além disso, a queda de aproximadamente 15% no preço do petróleo nos últimos 12 meses intensificou a competição entre fibras naturais e sintéticas. Esse cenário pode limitar ainda mais o consumo global de algodão na temporada 2025/26, impondo novos desafios ao setor.

Fonte: Portal do Agronegócio

◄ Leia outras notícias