Publicado em: 04/09/2024 às 11:25hs
Nesta terça-feira (3), o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, destacou, durante a abertura do 14º Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), em Fortaleza, Ceará, a liderança do Brasil na exportação de algodão e revelou planos para ampliar a presença do produto no mercado europeu. Viana ressaltou o papel fundamental da ApexBrasil na promoção do algodão brasileiro, que é reconhecido mundialmente pela sua qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade. “Vocês já fizeram a parte de vocês. Agora, nós, da Apex, vamos fazer a nossa, com autoridade, para consolidar o Brasil como o maior exportador de algodão do mundo e conquistar cada vez mais espaço na Europa”, afirmou.
Promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o CBA é o principal evento do setor, reunindo especialistas e autoridades para discutir os desafios e as perspectivas do mercado de algodão. Este ano, o congresso foca em quatro pilares essenciais: rastreabilidade, sustentabilidade, qualidade e promoção do algodão no Brasil e no exterior.
O Brasil recentemente superou os Estados Unidos, tornando-se o maior exportador mundial de algodão. Para Jorge Viana, essa conquista é um marco histórico que reforça a posição do país no mercado global e abre novas oportunidades para o setor. Ele lembrou os desafios superados, como a praga do bicudo-do-algodoeiro nos anos 1980, que devastou a produção nacional, e as disputas comerciais na Organização Mundial do Comércio (OMC), que culminaram em uma vitória brasileira.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), entre agosto de 2023 e julho de 2024, as exportações brasileiras de algodão beneficiado devem atingir 2,7 milhões de toneladas, superando os 2,57 milhões de toneladas previstas para os Estados Unidos. Esse resultado, segundo a Abrapa, é fruto de mais de 25 anos de investimentos em tecnologia, pesquisa e promoção comercial.
Além de ocupar a liderança nas exportações, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de algodão, atrás apenas de China e Índia. A qualidade do algodão brasileiro, aliada à sua sustentabilidade e rastreabilidade, tem sido um diferencial competitivo no mercado internacional. Cerca de 82% da produção brasileira possui certificação socioambiental, e 100% do algodão exportado pode ser rastreado, conforme destacou o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Miguel Faus.
Dentro das estratégias de expansão internacional, o projeto Cotton Brasil, criado em 2020 em parceria com a ApexBrasil, tem desempenhado um papel crucial. O projeto visa consolidar a posição do Brasil no mercado global e intensificar a presença do algodão brasileiro em dez países prioritários, incluindo China, Bangladesh, Vietnã e Turquia. Esses países representam 95% das exportações brasileiras de algodão e 90% do mercado global.
Desde o seu lançamento, o Cotton Brasil promoveu 52 eventos internacionais e trouxe mais de 500 compradores e stakeholders para conhecer o modelo brasileiro de produção. O projeto também tem levado produtores nacionais ao exterior para entender as demandas da indústria têxtil internacional.
A história do algodão no Brasil é marcada por desafios e superações. Desde o seu cultivo pelos indígenas até os dias de hoje, o algodão passou por ciclos de prosperidade e crise, mas, graças a investimentos em tecnologia e sustentabilidade, o Brasil se consolidou como uma potência mundial no setor. A disputa comercial com os Estados Unidos na OMC foi uma das batalhas mais significativas, resultando em uma vitória que fortaleceu ainda mais a posição do Brasil no mercado global.
Com o avanço das técnicas de produção e a abertura de novos mercados, o Brasil continua a expandir sua influência no comércio internacional de algodão, garantindo que a fibra brasileira seja reconhecida mundialmente por sua qualidade, sustentabilidade e competitividade.
Fonte: Portal do Agronegócio
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