Publicado em: 03/07/2014 às 13:50hs
Agora, este inseto ameaça as lavouras de algodoeiro de Mato Grosso e de outros estados brasileiros no Cerrado. Trata-se do bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), uma praga hoje presente em todas as regiões produtoras de algodão de Mato Grosso.
A boa notícia é que existem formas de combatê-lo, mas para isso não basta um agricultor manejar bem o bicudo em sua fazenda. É preciso que todos os produtores se engajem no combate à praga seguindo as recomendações técnicas de manejo dos pesquisadores do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt).
Segundo os especialistas, todas as medidas de combate são importantes, entre elas, a destruição imediata da soqueira, de forma mecânica ou química, no máximo após sete dias do início da colheita. "Quando a gente fala em destruição de soqueira, não está se referindo apenas à eliminação do bicudo, mas também de lagartas-praga e de vetores de doenças", explica o assessor técnico regional Renato Tachinardi. "Se fizermos uma destruição de soqueira eficiente, teremos menos pressão de bicudos e de outras pragas na próxima safra", alerta.
Tachinardi também chama atenção para a importância de serem destruídas as plantas tigueras de algodoeiro nas áreas cultivadas ou às margens de rodovias e carreadores, provenientes do derramamento de algodão em caroço pelo transporte inadequado. Ele lembrou que esta medida tem sido realizada sistematicamente pelo IMAmt a cada safra.
Outro cuidado fundamental, advertem os pesquisadores, é cumprir e respeitar o vazio sanitário, período de 15 de setembro a 30 de novembro no qual não é permitido o cultivo de algodoeiro em Mato Grosso (Instrução Normativa Conjunta Seder/Indea-MT 001/2007).
?Em casos de alto nível de infestação, o bicudo pode inviabilizar a cotonicultura em uma determinada região, já que inúmeras aplicações (sequenciais) de inseticidas serão necessárias para manter a população elevada da praga a um nível incapaz de causar perdas econômicas à cultura, o que aumenta consideravelmente o custo de produção", afirma o entomologista Miguel Soria. Segundo ele, somente através das boas práticas de manejo é possível conviver com a praga, o que inclui, principalmente, ações de controle cultural, como a destruição eficiente de soqueira, respeito ao vazio sanitário e eliminação de plantas involuntárias de algodoeiro em carreadores e lavouras de soja e milho.
"A redução da população da praga em uma região somente será eficiente se o combate for realizado em nível regional (por todos os produtores), já que o inseto tem a possibilidade de se dispersar de lavouras onde é mal manejado, para algodoais não infestados ou com baixa infestação, e para matas e capões (refúgios da praga) ao final da safra, aumentando a população e a problemática da praga safra após safra", alerta Soria.
Os produtores interessados podem acessar as medidas de controle sugeridas pelo Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt) clicando aqui.
Fonte: Associação Sul-Matogrossense dos Produtores de Algodão - Ampasul
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