Algodão

Área plantada de algodão no Brasil deve encolher em 2025/26 com custos elevados e margens apertadas, aponta Itaú BBA

Banco prevê redução no cultivo de algodão no país diante da pressão econômica e da oferta global crescente, com destaque para o aumento da produção na China e nos Estados Unidos.


Publicado em: 01/12/2025 às 11:30hs

Área plantada de algodão no Brasil deve encolher em 2025/26 com custos elevados e margens apertadas, aponta Itaú BBA
Produtores brasileiros devem reduzir área de cultivo

O Itaú BBA projeta que a área plantada de algodão no Brasil deverá recuar na safra 2025/26, reflexo direto da desvalorização do mercado, do aumento nos custos de produção e da redução nas margens de lucro dos produtores.

De acordo com o relatório da instituição, o movimento ocorre em meio a um cenário internacional de oferta em alta, impulsionado por melhor produtividade nas lavouras dos Estados Unidos, que manteve a produção próxima de 3 milhões de toneladas, mesmo com uma leve redução na área cultivada.

Esse contexto de abundância global pressiona as decisões de plantio no Brasil, especialmente diante da dificuldade em equilibrar rentabilidade e custos.

China amplia produção e reforça oferta mundial

O Itaú BBA também destacou que a China deve aumentar sua produção de algodão no ciclo 2025/26, reforçando ainda mais a disponibilidade global da fibra em relação ao ciclo anterior (2024/25).

Mesmo com esse avanço na produção mundial, o consumo global deve permanecer estável, em torno de 25,9 milhões de toneladas, o que tende a elevar os estoques finais e consolidar um cenário de mercado bem abastecido, reduzindo o incentivo para expansão de área em países exportadores, como o Brasil.

Demanda interna fraca e estoques elevados no Brasil

No mercado doméstico, a produção recorde da safra 2024/25 deve continuar influenciando o balanço de oferta no próximo ciclo. Apesar da forte demanda externa, que pode levar as exportações brasileiras a um novo recorde, superando 3 milhões de toneladas, o estoque de passagem tende a crescer.

A demanda interna segue enfraquecida, impactada pelos juros elevados, que reduzem o consumo de têxteis e vestuário. Dessa forma, mesmo com o bom desempenho nas vendas externas, o excesso de oferta deve permanecer como um fator de pressão sobre os preços.

Cautela predomina entre produtores

As perspectivas para a área plantada permanecem divididas, mas o consenso entre analistas é de retração. Os produtores demonstram cautela diante da combinação de custos altos, margens apertadas e incertezas em relação aos preços futuros.

Essa postura mais conservadora reflete não apenas fatores internos, mas também o ambiente internacional, que indica crescimento econômico moderado e possíveis ajustes nas políticas comerciais globais.

Cenário internacional: crescimento global revisado pela OCDE

No cenário externo, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou sua projeção de crescimento global para 2025, elevando-a de 2,9% para 3,2%. No entanto, para 2026, a estimativa foi reduzida novamente para 2,9%, refletindo a expectativa de desaceleração em função das mudanças nas políticas de comércio internacional.

Essa combinação de fatores — desaceleração global, estoques elevados e custos de produção pressionados — reforça a tendência de ajuste na área de plantio do algodão brasileiro.

Fonte: Portal do Agronegócio

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