Publicado em: 23/06/2025 às 11:20hs
O preço do algodão registrou valorização em maio na Bolsa de Nova Iorque, com alta de 1,7% frente a abril, atingindo US$ 66,7 cents por libra-peso. Apesar do avanço mensal, a cotação ainda está 14,3% abaixo do patamar observado no mesmo mês de 2023. Já na primeira quinzena de junho, houve recuo de 1,8%, com o preço ficando em US$ 65,5 cents/lb.
O plantio da safra nos Estados Unidos caminha para a conclusão, embora o ritmo permaneça ligeiramente abaixo da média histórica. As condições climáticas são mais favoráveis do que no ano passado, com apenas 6% das lavouras em áreas de seca, contra 7% no mesmo período de 2024.
No mercado doméstico, os preços da pluma mantiveram a trajetória de valorização, influenciados pela alta internacional e por prêmios positivos na fibra. Em Rondonópolis (MT), a cotação subiu 3% em maio, alcançando R$ 4,13/lb. Na primeira metade de junho, o preço avançou mais 0,6%, chegando a R$ 4,15/lb.
Essa valorização foi sustentada pela sólida demanda internacional pelo algodão brasileiro e pela oferta limitada de outras origens, o que manteve o basis (diferença entre preços internos e externos) em níveis elevados. Esse diferencial tem favorecido os produtores nacionais, mesmo diante de preços internacionais mais baixos.
O caroço de algodão acompanhou o movimento de alta da pluma, com preços girando em torno de R$ 1.600 por tonelada no Mato Grosso. A menor oferta sazonal e a demanda aquecida abriram espaço para negociações com valores mais altos, elevando a rentabilidade dos produtores.
Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), mais de 50% do caroço da temporada 2024/25 já foi comercializado no estado, índice 14 pontos percentuais acima do registrado na safra passada.
O relatório de junho do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para baixo as projeções da safra americana de algodão em 2025/26, com a produção estimada caindo de 3,2 para 3 milhões de toneladas. A redução está atrelada à menor produtividade esperada, o que também impactou negativamente os estoques finais dos EUA.
Na China, o USDA elevou a projeção de produção de 6,3 para 6,5 milhões de toneladas e reduziu a estimativa de importação de 1,5 para 1,4 milhão de toneladas. No consolidado global, a produção e os estoques finais caíram frente às estimativas anteriores — de 17,1 para 16,7 milhões de toneladas.
A temporada de monções começou mais cedo do que o habitual na Índia e no Paquistão, com previsão de chuvas acima da média. Caso essa condição se mantenha, esses países podem ter ganhos de produtividade, o que elevaria a oferta global de algodão.
Com basis elevados e preços firmes do caroço, os produtores brasileiros têm obtido rentabilidade positiva. Esse cenário favorável pode estimular o aumento de área plantada para a temporada 2025/26, ainda que de forma mais moderada. A evolução climática nos EUA nos próximos meses será fator-chave para a definição do mercado global da pluma.
Fonte: Portal do Agronegócio
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