Publicado em: 03/10/2025 às 18:40hs
O mercado brasileiro de algodão registrou um mês de setembro marcado por preços pressionados e volume de negócios apenas mediano, segundo levantamento da Safras Consultoria. Apesar de uma leve melhora na atividade comercial no início do mês, a combinação de retração dos compradores e desvalorização nas cotações acabou afastando os produtores das vendas.
De acordo com analistas, a demanda no varejo continua fraca, refletindo a desaceleração econômica e as incertezas financeiras e tarifárias. Esse cenário tem limitado a reposição de estoques em toda a cadeia produtiva e reforçado a pressão sobre os preços.
Além disso, o aumento da oferta global — com o fim da colheita no Brasil, o início dos trabalhos nos Estados Unidos e a entrada de algodão novo na Ásia — amplia a concorrência e contribui para o movimento de baixa.
No CIF São Paulo, a pluma de algodão foi cotada a R$ 3,63 por libra-peso, representando queda de 1,36% na semana e de 6,44% em relação a setembro de 2024.
Em Rondonópolis (MT), a arroba foi negociada em torno de R$ 114,00, equivalendo a R$ 3,45/libra-peso. O valor indica uma desvalorização de R$ 1,26/arroba na semana e recuo de R$ 9,06/arroba no mês.
Segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o preço do caroço de algodão em Mato Grosso fechou setembro/25 com média de R$ 914,74 por tonelada, queda de 1,97% frente a agosto/25.
O recuo é explicado pelo avanço da colheita e do beneficiamento, que aumentou a disponibilidade do coproduto no mercado. No entanto, em relação ao mesmo período do ano passado, o caroço ainda apresenta valorização de 53,57%, reflexo da maior demanda da indústria de óleo, impulsionada pela elevação da mistura obrigatória de biodiesel no diesel.
Essa demanda aquecida também se reflete no preço do óleo de algodão, que subiu 35,48% em setembro/25 na comparação anual. O produto foi cotado, em média, a R$ 5.519,89 por tonelada, segundo o Imea.
Fonte: Portal do Agronegócio
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