Publicado em: 10/02/2014 às 17:30hs
O produtor Carlos Rodrigo Bernardes da Silva, da região de Campo Verde, contabiliza um aumento dos custos com produtos para o combate dessas pragas na ordem de 25% nesta safra.
Segundo ele, a presença da falsa medideira no início do plantio de algodão de segunda safra, agora no final do mês de janeiro, apareceu de forma mais contundente. "Essa praga, se comparada as outras, veio de forma mas veroz. Claro que estamos atentos e aplicamos os produtos certos e na hora certa para o seu controle, mas pontuamos que qualquer erro poderia ter sido fatal", explica o sojicultor.
Contudo, desde a safra 2012/13 os cotonicultores de Mato Grosso contam com uma ferramenta inovadora no combate a essas pragas. Trata-se do Sistema de Alerta de Pragas Emergentes (SAP-e), uma iniciativa do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), concretizada graças a um financiamento do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), com o objetivo de validar um sistema de alerta aos cotonicultores sobre a incidência de mariposas-praga, que transitam no sistema de produção de grãos e fibra de Mato Grosso.
Na safra 2012/13, as armadilhas (do tipo luminosa e Delta) do SAP-e foram instaladas em seis fazendas produtoras de algodão nas regiões Sul (Rondonópolis e Serra da Petrovina), Centro (Campo Verde) e Centro Leste (Primavera do Leste). Sendo após a fase inicial de validação, o SAP-e está implantado agora em todas as regiões produtoras de algodão do estado, com a realização de monitoramento em 36 fazendas na safra 2013/14.
De acordo com o pesquisador Miguel Soria, entomologista do IMAmt, informações de captura de mariposas de lepidópteros-praga pelas armadilhas resultam em uma previsão de possíveis infestações ou surtos dessas pragas nas lavouras em uma determinada região, favorecendo a elaboração de estratégias de manejo a serem adotadas pelos produtores. Segundo o idealizador do projeto, as informações levantadas a partir do SAP-e poderão ainda ser utilizadas para confirmação da eficácia das tecnologias Bt cultivadas na região, uma vez que a captura de mariposas apresenta correlação com a incidência de posturas (ovos) e lagartas nas lavouras.
O monitoramento da safra 2013/14 começou em meados de dezembro passado e os primeiros resultados serão informados aos produtores associados à Ampa (Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão), por meio de um informativo periódico, que trará dados atualizados de captura das espécies monitoradas nas armadilhas, com breves comentários sobre os níveis de captura e recomendações de manejo.
Fonte: Gazeta Digital
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