Algodão

Algodão enfrenta pressão de preços com impacto do petróleo e colheita atrasada

Mercado interno registra queda pelo terceiro mês seguido


Publicado em: 19/09/2025 às 12:10hs

Algodão enfrenta pressão de preços com impacto do petróleo e colheita atrasada

Os preços do algodão no Brasil acumularam a terceira baixa consecutiva em agosto. Em Rondonópolis (MT), a pluma recuou 2,7%, sendo negociada a R$ 3,81 por libra-peso. A retração está associada à queda das cotações internacionais, ao avanço da colheita e ao beneficiamento no país, segundo dados do relatório Agro Mensal, divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA.

Colheita avança lentamente em Mato Grosso e Bahia

De acordo com a Conab, até agosto a colheita da safra 2024/25 atingiu 73%, abaixo dos 88% registrados no mesmo período do ano anterior e da média de cinco anos (87%). Os maiores atrasos foram observados em Mato Grosso e Bahia, que concentram a produção nacional.

Apesar disso, o Brasil deve alcançar oferta recorde de 4,7 milhões de toneladas, considerando o estoque inicial e a colheita — cenário que reforça a necessidade de expansão nas exportações.

Exportações têm pior início de temporada desde 2022/23

Os embarques de algodão somaram 77 mil toneladas em agosto, uma queda de 33% em relação ao mesmo mês de 2024. O volume é o menor para o início da temporada (ago-jul) desde 2022/23, quando foram exportadas 64 mil toneladas.

Para o ciclo 2025/26, a expectativa é que as exportações atinjam 3,1 milhões de toneladas de pluma.

Pressão internacional e petróleo mantêm cenário desafiador

Para o analista Francisco Queiroz, da Consultoria Agro do Itaú BBA, o cenário global não favorece uma recuperação dos preços.

“Diante do estoque mundial confortável, do fraco crescimento econômico global, das incertezas comerciais e da perspectiva de novas quedas nos preços do petróleo, vemos mais fatores para manutenção ou queda das cotações da pluma do que para valorização”, afirmou.

Fonte: Portal do Agronegócio

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