Publicado em: 15/10/2025 às 10:55hs
O mercado do algodão voltou a registrar pressão sobre os preços no Brasil. Segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), o Indicador do algodão em pluma voltou a operar abaixo da paridade de exportação, algo que não ocorria desde dezembro de 2024.
De acordo com os pesquisadores, tanto o Indicador quanto a paridade de exportação acumulam desvalorizações ao longo de 2025, influenciadas principalmente pela queda do dólar frente ao real, pela baixa do Índice Cotlook A e pela retração nos contratos futuros da Bolsa de Nova York (ICE Futures).
O cenário internacional, marcado pela instabilidade geopolítica e pelo aumento da oferta global de pluma, também contribuiu para o enfraquecimento das cotações internas. Nos últimos dias, porém, a recuperação do dólar diante do real trouxe ligeira melhora na paridade de exportação, amenizando parte das perdas no mercado doméstico.
Na Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures), os contratos do algodão fecharam em leve baixa nesta terça-feira (14), acompanhando a desvalorização do petróleo e a retração de outros mercados globais, incluindo as bolsas europeias.
Os contratos com entrega em dezembro de 2025 encerraram o dia cotados a 63,51 centavos de dólar por libra-peso, queda de 0,1%. Já o vencimento de março de 2026 caiu 0,3%, para 65,09 centavos de dólar por libra-peso.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou seu primeiro levantamento para a safra 2025/26, estimando a produção nacional de algodão em pluma em 4,03 milhões de toneladas. O volume representa uma ligeira redução frente às 4,08 milhões de toneladas registradas na temporada anterior.
A produtividade média está projetada em 1.885 quilos por hectare, abaixo dos 1.954 quilos de 2024/25. Em contrapartida, a área plantada deve crescer 2,5%, alcançando 2,138 milhões de hectares, impulsionada principalmente pelo otimismo dos produtores diante da rentabilidade observada nos últimos ciclos.
O Mato Grosso, principal estado produtor, deve colher 2,77 milhões de toneladas de algodão em pluma, volume 3% menor que o registrado em 2024/25 (2,85 milhões de toneladas). Já a Bahia, segundo maior produtor, deve ter aumento de 2,5% na produção, totalizando 859,4 mil toneladas.
Em Goiás, a colheita está estimada em 54,6 mil toneladas, uma queda de 1,1% em relação à safra anterior.
Especialistas do Cepea destacam que o comportamento do câmbio e o ritmo das exportações seguirão como fatores decisivos para a recuperação dos preços do algodão brasileiro nos próximos meses. A demanda internacional e as condições climáticas das principais regiões produtoras também serão determinantes para o equilíbrio entre oferta e preço no mercado global.
Fonte: Portal do Agronegócio
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