Saúde Animal

Micoplasmose aviária - causas e consequências

Entenda por que o problema não pode ser negligenciado nas granjas


Publicado em: 26/11/2021 às 15:00hs

Micoplasmose aviária - causas e consequências

Um problema recorrente nos aviários e que vem crescendo de forma acelerada atualmente são as micoplasmoses. Descrita pela primeira vez pelo professor Sydney Dodd, do Royal Veterinary College, de Londres, em 1905, a doença foi denominada à época de pneumoenterite enzoótica, após diagnóstico em perus acometidos de problemas respiratórios. 

Sinusite infecciosa dos perus, doença respiratória crônica (DRC) das galinhas e sinovite infecciosa são outras denominações conhecidas atualmente para caracterizar quadros infecciosos em aves acometidas por micoplasmas. 

"Esses quadros infecciosos diagnosticados em galinhas e perus causam perdas econômicas importantes devido à queda na produção e na qualidade dos ovos, e, também pelo impacto na taxa de eclosão de ovos férteis, condenações ao abate e mortalidade na granja", explica o médico-veterinário Antonio Neto, Assistente Técnico em Aves da Zoetis. 

Dentre as 27 espécies de micoplasmas conhecidas até o momento com capacidade de infectar aves, as de maior importância para a avicultura industrial são Mycoplasma gallisepticum (MG), Mycoplasma synoviae (MS), Mycoplasma meleagridis (MM) e Mycoplasma iowae (MI). "O Mycoplasma gallisepticum e o Mycoplasma synoviae são os de maior relevância pelos significativos impactos econômicos", diz Neto. 

A transmissão da doença pode acontecer de forma horizontal e vertical. Aves saudáveis em contato direto com indivíduos doentes podem se contaminar por meio de secreções oronasais, ou até mesmo de pessoas e equipamentos carreando o microrganismo. 

A transmissão vertical se dá pela contaminação do ovo no trato reprodutivo das aves e constitui o principal meio de disseminação para o MG. "Geralmente, observa-se que pintinhos infectados verticalmente pelo ovo desenvolvem infecção em torno de 6 a 10 dias de idade. Já pela transmissão horizontal percebe-se que são necessários de 15 a 21 dias para a observação dos primeiros sintomas", informa o especialista. 

De caráter crônico, as micoplasmoses normalmente acometem trato respiratório, articular, reprodutivo e uro-genitário das aves. As principais lesões observadas quando há infecções secundárias ao micoplasma são aerossaculite, pericardite, perihepatite e salpingite. "Todos esses quadros aumentam as condenações ao abate", alerta o médico-veterinário. 

Tratamento 

À base de antibiótico, o tratamento não é suficiente para eliminar a infecção e erradicar o problema nas granjas. 

Independentemente da droga escolhida, o tratamento deve estar sempre associado a uma série de medidas para controle do problema como monitoramento dos lotes, programa de vacinação assertivo, normas de biosseguridade, eliminação de aves portadoras e aquisição de aves livres da bactéria. "Esse controle integrado da doença diminui os sintomas clínicos nas aves e a transmissão vertical. Esse é um problema que não pode ser negligenciado nos planteis porque a resposta vacinal contra outros agentes é prejudicada em aves infectadas pelo micoplasma", pontua Neto. 

Vacina 

Para a prevenção da micoplasmose aviária, a Zoetis conta em seu portfólio com a MG-BAC, única vacina inativada contra Mycoplasma gallisepticum do mercado. 

Emulsionada em adjuvante oleoso, contendo a cepa R-980, esta vacina tem como indicações o uso em galinhas e perus a partir das 10 semanas de idade. "Esse diferencial competitivo possibilita um melhor desempenho zootécnico das aves, evidenciado sobretudo no aumento do número de ovos por ave alojada", finaliza o especialista.