Caprinos e Ovinos

Perspectivas de 2021: Confira análises setoriais

O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, disponibiliza hoje as análises perspectivas de 2021. Confira abaixo:


Publicado em: 20/01/2021 às 09:40hs

Perspectivas de 2021: Confira análises setoriais

AÇÚCAR: Preços elevados devem manter mix mais açucareiro em 2021

A produção de açúcar deve ser menor na safra 2021/22, considerando-se que o Centro-Sul brasileiro atingiu recorde no volume em 2020 (totalizando 38,09 milhões de toneladas, alta de 44,16% em relação ao ano anterior) e que condições climáticas atípicas, como a estiagem entre setembro e outubro de 2020, podem prejudicar o volume de cana e a concentração de ATR (Açúcar Total Recuperável). 

ALGODÃO: Produção será menor, mas setor inicia ano com otimismo

A queda no consumo no primeiro semestre de 2020 contribuiu para a elevação dos excedentes domésticos e internacionais de algodão em pluma. Entretanto, o ritmo acelerado de consumo no segundo semestre criou um cenário de otimismo aos setores agrícola e industrial. 

ARROZ: Apesar de maior rentabilidade em 2020, incerteza sobre a demanda em 2021 limita investimentos

A safra 2019/20 deve terminar em fevereiro de 2021 com a menor relação estoque/consumo desde a temporada 2015/16 (fevereiro/17). A situação só não será mais complicada porque o consumo doméstico de arroz declinou no período, mesmo contanto com a maior demanda de 2020. Para 2020/21, mesmo com a maior rentabilidade em 2019/20, a área não teve reação expressiva, tendo em vista que muitos produtores não dispunham de capital para elevar com força os investimentos operacionais. Além disso, incertezas sobre a dinâmica da demanda em 2021 com a retomada da economia também impediu maiores investimentos. 

BOI: Demanda externa e oferta ainda enxuta devem seguir sustentando preço em 2021

Depois de registrar recordes ao longo do ano passado, o setor pecuário nacional inicia 2021 com perspectivas positivas para o mercado. Os principais fatores que fundamentam esse cenário mais otimista estão relacionados à demanda externa e à possível continuidade de oferta restrita de animais para abate neste ano. Ainda que com menor intensidade, outro fator que pode influenciar uma sustentação dos preços internos é a demanda doméstica, que pode se aquecer em 2021, à medida que a economia brasileira se recupere. 

CAFÉ: Menor produção em 21/22 pode manter preço firme em 2021

A queda na produção de café na safra 2021/22 frente à atual (2020/21) é dada como certa. Agentes consultados pelo Cepea, contudo, ainda estão incertos quanto ao tamanho desta redução – é preciso esperar um avanço no desenvolvimento das lavouras para realizar uma estimativa melhor. Além de ser ano de bienalidade negativa dos cafezais de arábica (quando normalmente a produção é menor), as lavouras também foram bastante prejudicadas pelo clima quente e seco em boa parte de 2020, em especial durante a abertura das flores no segundo semestre com queda de flores e chumbinhos. 

CITROS: Provável baixa produção em 21/22 tende a manter preços firmes

Após uma temporada de baixa produção em 2020/21, as expectativas iniciais de agentes são de mais uma safra limitada de laranjas em 2021/22 no estado de São Paulo e no Triângulo Mineiro, diante de condições climáticas desfavoráveis. Este cenário, por sua vez, tende a manter firmes os preços da fruta em 2021. 

ETANOL: Cenário é positivo para preço em 2021; canavial deve registrar menor produção

Agentes da cadeia sucroenergética brasileira estão otimistas neste início de 2021 em relação à rentabilidade dos segmentos de etanol e açúcar. Isso ocorre a despeito de incertezas quanto às condições dos canaviais da região Centro-Sul no ano safra 2021/22. O clima seco de 2020, que não teve efeito prejudicial na temporada 2020/21, deve atrasar, em alguma medida, o desenvolvimento da cana a ser colhida em 2021, tanto no caso da planta de primeiro quanto no caso dos demais cortes. 

FRANGO: Competitividade da carne de frango deve continuar em alta em 2021

Em 2020, a competitividade da carne de frango bateu recorde, e, para 2021, a expectativa é de que a diferença entre os preços da proteína avícola e os das carcaças bovina e suína continue elevada. A retomada do crescimento econômico tende a ocorrer de forma gradual, e, com isso, o poder de compra dos consumidores deve continuar enfraquecido, o que, por sua vez, pode favorecer as vendas de carne de origem avícola, que é negociada a valores mais baixos que os das concorrentes. 

LEITE: Baixa oferta deve manter acirrada disputa por matéria-prima

A disponibilidade de matéria-prima deve permanecer limitada em 2021, especialmente no primeiro trimestre do ano, com volumes de leite abaixo da média registrada para o mesmo período de 2020. Esse cenário se deve ao clima desfavorável no ano passado (tempo seco e temperaturas elevadas, que prejudicaram as pastagens) e ao aumento contínuo nos custos de produção (os valores dos dois principais componentes da ração, o milho e o farelo de soja, atingiram patamares recordes). 

MANDIOCA: Menor oferta e retomada da economia poderão alterar a dinâmica do mercado

Nos últimos anos, a área ocupada com mandioca no Brasil tem recuado, sem que a produtividade tenha aumentado. Como resultado desse cenário, a oferta tem sido menor, e, pelo menos por enquanto, é o que também se espera para 2021. 

MILHO: Demanda aquecida deve manter os preços firmes em 2021

Os baixos estoques, a demanda firme e as incertezas quanto ao tamanho da oferta da temporada 2020/21 devem manter em 2021 os preços internos do milho em patamares acima da média de anos anteriores.  As lavouras brasileiras da primeira safra foram prejudicadas pelo clima seco, em especial no Sul do País. Para a segunda safra, o cultivo mais lento e tardio da soja, comparativamente a anos anteriores, traz temores sobre como será a semeadura de milho e se haverá impactos na produtividade. Com isso, a temporada 2020/21 deve se iniciar com incertezas em torno da oferta de milho. 

OVINOS: Possível melhora na economia pode sustentar preços 

As perspectivas para o mercado de ovinos em 2021 são de preços estáveis em relação a 2020, fundamentadas no possível contexto econômico mais favorável para 2021. 

OVOS: Consumo deve continuar elevado em 2021

Em 2021, a economia brasileira pode iniciar uma recuperação gradual, o que pode favorecer o consumo de ovos, que têm preços mais baixos frente aos das demais proteínas de origem animal. Além disso, a possível vacinação para imunização contra a covid-19 e a consequente redução dos efeitos da pandemia podem permitir o retorno das aulas de forma presencial bem como de outros eventos, o que deve favorecer o consumo. 

SOJA: Menor estoque pode sustentar preços em 2021

Mesmo com o baixo índice pluviométrico no início da semeadura da safra 2020/21, as ocorrências de chuvas em volumes mais satisfatórios desde a última dezena de outubro/20 geram expectativas de produção elevada no Brasil. 

SUÍNOS: Setor pode ter mais um ano favorável, apesar de alto custo de produção

Apesar dos reveses provocados pela pandemia de covid-19, a suinocultura brasileira encerrou o ano de 2020 com preços, abate e embarques recordes. Para 2021, a expectativa é de que, mesmo com o custo de produção elevado, o balanço positivo se repita. A demanda externa por carne suína deve continuar firme, sustentada pelas compras chinesas, ao passo que a procura interna deve ser favorecida pela possível retomada econômica. 

TRIGO: Câmbio e menor oferta argentina serão fatores-chave em 2021

A produção nacional de trigo, ainda concentrada no Sul do Brasil, é suficiente para suprir apenas uma parte das necessidades da indústria moageira nacional, sendo necessário, portanto, importar mais da metade do volume de trigo a ser consumido internamente. Nesse sentido, agentes brasileiros estão, neste início de 2021, atentos aos principais fatores que influenciam as compras externas, que são a disponibilidade de produto de qualidade no mercado brasileiro, o preço externo do cereal e o dólar. 

HORTIFRÚTI : Setor deve retomar investimentos em 2021

No grupo das hortaliças, a expectativa é de retomada dos investimentos em área, compensando, em boa parte, as reduções em 2020. Os destaques são os segmentos industriais de batata e tomate.