Bovinos de Corte

Vendas e exportação de sêmen bovino crescem em 2017

Mesmo com os problemas enfrentados pelo setor pecuário no ano passado, o mercado de genética bovina conseguiu fechar 2017 com um crescimento de 3,5% no volume de doses de sêmen comercializadas


Publicado em: 09/03/2018 às 08:40hs

Vendas e exportação de sêmen bovino crescem em 2017

De acordo com a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), foram vendidas 12.134.438 doses contra 11.721.722, em 2016. Esses dados fazem parte do Index ASBIA 2017, relatório anual que a entidade acaba de divulgar e que traz informações sobre as vendas internas e a exportação e importação de sêmen das raças bovinas de corte e de leite.

Para o presidente da ASBIA, Sérgio Saud, esse é um resultado animador, principalmente porque, em 2017, a pecuária enfrentou queda no preço do leite pago ao produtor e as consequências da Operação Carne Fraca. “Tivemos dois cenários bem distintos em 2017, com um primeiro semestre muito bom para as raças leiteiras e um segundo semestre de forte recuperação para as raças de corte. Isso garantiu um crescimento anual nos dois segmentos, sendo de 9,8% no leite e 0,6% no corte, chegando a 3,5% no geral”, explica Saud.

As exportações também fecharam em alta, com 15,4% de elevação no geral, chegando a 341.986 doses exportadas. O melhor desempenho ocorreu na pecuária de corte, que terminou o ano com 60% de aumento nas exportações. Países como Paraguai e Bolívia estão entre os maiores compradores da genética brasileira em 2017. Já na pecuária leiteira o movimento foi inverso, com as exportações abaixo do ano anterior e as importações ampliadas em decorrência dos investimentos maiores feitos pelo produtor no primeiro semestre.

Mercado interno- A recuperação do preço da arroba no segundo semestre permitiu aos produtores rurais a retomada dos investimentos em genética. Com isso, a queda de 3,4% registrada no primeiro semestre foi revertida. As raças de corte venderam juntas 8.071.287 doses de sêmen, lideradas pelas raças Nelore e Angus. Entre os estados que mais utilizaram a Inseminação Artificial (IA) no rebanho de corte, estão Paraná e Mato Grosso do Sul.

Na pecuária leiteira, as doses de sêmen vendidas chegaram a 4.063.151, com as raças Holandesa, Jersey e Girolando entre as mais procuradas. Rio Grande do Sul e Paraná foram os estados que mais inseminaram vacas leiteiras em 2017. “Apesar dos preços do leite em queda, o mercado de sêmen apresentou um bom crescimento e isso sinaliza que o produtor está apostando no melhoramento genético para atender à demanda futura por leite. Com a recuperação da economia nacional, o consumo de leite e de lácteos deve crescer nos próximos anos, mas se o produtor não ampliar agora o número de vacas inseminadas, não conseguirá atender a esse mercado em 2019 e 2020”, explica o presidente da ASBIA.

Sobre a expectativa para 2018, Saud acredita que o cenário verificado em 2017 seja um importante sinalizador de que este será mais um ano de crescimento nas vendas de sêmen.

As informações do Index ASBIA foram processadas pelo CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da ESALQ/USP. “Neste ano, adotamos uma nova metodologia de análise do índice de uso da IA, com base no cálculo atualizado pelo CEPEA/ESALQ de fêmeas aptas à reprodução. Por meio desta nova metodologia, é possível observar que a pecuária de corte vem investindo fortemente no uso da IA e no melhoramento genético do rebanho, enquanto a atividade leiteira parece relutar em ampliar o uso desta tecnologia que traz enormes benefícios aos criadores”, conclui Saud.

Laboratório ASBIA-BIO

O presidente da ASBIA lembra que a Inseminação Artificial (IA) é uma tecnologia que “abre portas” para outras tecnologias na área de produção animal e seu sucesso depende tanto da qualidade do sêmen utilizado quanto da sua correta conservação. Para auxiliar os produtores rurais e empresas que trabalham no segmento, a entidade conta com o Laboratório ASBIA-BIO, localizado ao lado da sede da entidade, no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG. “As centrais de produção de sêmen filiadas à ASBIA seguem padrões internacionais de produção e já fazem testes para a checagem do seu processo produtivo, garantindo a qualidade do sêmen disponibilizado ao mercado. Mas se nas propriedades os processos de transporte e armazenagem não forem bem feitos, isso pode comprometer a qualidade do sêmen. Se houver dúvida, recomendamos testar algumas amostras do sêmen armazenado, antes do uso”, esclarece. No Laboratório ASBIA–BIO, as análises são mais precisas e objetivas por serem feitas de forma automática e computadorizada, garantindo um resultado correto e imparcial do sêmen avaliado. O laboratório realiza análises tanto para bovinos quanto para suínos, cães, ovinos e equinos.

Tributo ASBIA

Para homenagear profissionais e entidades que tenham participação ativa no fomento do uso das biotecnologias reprodutivas, a ASBIA fará a entrega do Tributo ASBIA 2018 no dia 3 de maio, durante a ExpoZebu. A solenidade será às 18h, na sede da entidade. Neste ano, serão homenageados os veículos de comunicação com foco no agro e, em especial, aqueles que contribuíram para a divulgação das técnicas de reprodução bovina. Os homenageados serão escolhidos pelos associados da ASBIA.

Fonte: Grupo Publique

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