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Uso de tecnologia auxilia a identificar precocemente doenças no rebanho leiteiro e reduzir perdas econômicas

Evento online promovido pela Allflex reuniu especialistas que abordaram os desafios que os produtores enfrentam no período de transição e como é possível transpor esses problemas


Publicado em: 25/06/2020 às 07:40hs

Uso de tecnologia auxilia a identificar precocemente doenças no rebanho leiteiro e reduzir perdas econômicas

Como a tecnologia de monitoramento animal pode ser uma aliada dos produtores de leite na identificação de doenças de forma precoce na fase de transição, e tornar a atividade ainda mais eficiente e produtiva. Esses foram alguns dos aspectos abordados no webinar “Uso de recursos de inteligência animal e o impacto na saúde”, promovido pela Allflex, líder mundial em identificação e monitoramento animal, no dia 16/06. O evento reuniu especialistas do setor, como o professor doutor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Rodrigo de Almeida; a médica-veterinária do Grupo Apoiar, Ana Rita Ferreira Moura; o gerente de monitoramento Latam da Allflex, Luciano Lobo e o coordenador de demanda da MSD Saúde Animal, Rafael Luiz da Silva.

De acordo com o estudo apresentado pelo professor doutor Rodrigo Almeida, que estima os prejuízos econômicos que as doenças em período de transição trazem aos produtores, o impacto econômico de mastites, por exemplo, pode custar cerca de R$ 1.629 em primíparas e R$ 2.132 de prejuízo se a vaca for multípara. Já os custos associados à hipercetonemia podem chegar a R$ 585 por animal e hipocalcemia clínica pode causar prejuízos da ordem de R$ 1.200/vaca.

“Por isso, usando esses aparelhos de monitoramento e correlacionando ao tempo de ruminação é possível identificar de forma precoce os animais que terão hipercetonemia, por exemplo, no início da sua lactação, pois já apresentam uma queda de consumo nos dias que antecedem o parto. O que nos chama atenção é que, embora a manifestação da doença esteja entre cinco e dez dias pós-parto, é possível notar que as vacas que apresentam hipercetonemia e mais alguma enfermidade são as vacas que mostraram consumo deprimido no pré-parto e que demoram a restabelecer um padrão em tempo de ruminação”, explicou Almeida.

“Rebanhos que perdem animais nos primeiros 60 dias do pós-parto estão fazendo algo errado. Esse é um dos principais indicadores usados para monitorar o sucesso do período de transição das vacas”, alertou o professor.

Como as tecnologias podem auxiliar os produtores?

Segundo a médica-veterinária Ana Rita Ferreira Moura, muitas vezes, o profissional chega à fazenda e já se depara com quadros graves de doenças. Nesse sentido, a tecnologia de monitoramento vem para antecipar esses quadros.

“Pelo monitoramento, para sabermos que uma vaca está entrando em trabalho de parto, é possível correlacionar as informações de queda de ruminação e aumento de desconforto do animal. Nisso, o sistema nos gera um alerta pelo cruzamento de informações, indicando que a vaca está entrando em trabalho de parto”, explicou.

Ela ainda ressaltou que pelo monitoramento animal é possível mensurar o conforto do lote. “Para manter os animais em temperaturas menores que 39,1ºC (considerado limítrofe para conforto térmico) precisamos de aspersão e ventilação, tanto em pista de trato como em sala de resfriamento”, apontou.

A especialista também ressaltou a importância de se monitorar animais no pós-parto, pois, por meio da tecnologia, é possível identificar se a vaca está se recuperando de forma adequada, por exemplo. “Podemos perceber que a ruminação do animal após o parto fica em torno de 400 minutos e vai aumentando ao longo dos dias, o que é esperado de um animal saudável. Ao acompanharmos a evolução de uma vaca que não tem problemas na transição, com 21 dias de DEL ela já está produzindo 40 litros de leite, o que indica que está recuperada e saudável”, exemplificou.

“Já um animal que possui problemas no pós-parto vai demorar mais dias para atingir a produção ideal de leite. Com a queda constante de ruminação, o sistema emite vários alertas de saúde, que podem indicar uma cetose, por exemplo, quando é necessária uma intervenção ou exame clínico desse animal”, completou.

“Partindo de problemas reais é mais fácil atribuir um valor ao problema e com isso dimensionar os recursos que podemos investir na solução. E se não entendemos e nem quantificamos os problemas que temos na produção leiteira não tem como solucionarmos. Por isso, é importante monitorar para buscarmos as soluções e assim conseguirmos o máximo potencial produtivo dos animais”, finalizou.

O conteúdo completo do workshop pode ser acessado.

Fonte: Attuale Comunicação

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