Pesquisas

UE investe US$ 6,9 milhões na produção sustentável de feromônios

Soluções biológicas atraem insetos-alvo no campo e interrompem sua capacidade de procriação


Publicado em: 03/04/2020 às 12:20hs

UE investe US$ 6,9 milhões na produção sustentável de feromônios

A União Europeia (UE) anunciou investimento de US$ 6,9 milhões para a produção de feromônios que integram o controle sustentável de milho, soja, algodão e outras culturas de escala. O dinheiro será injetado pela Bio-Based Industries Joint Undertaking (BBI JU), uma parceira entre a UE e várias indústrias de base biológica da Europa.

A ISCA Europe, subsidiária da ISCA Inc., é membro do consórcio PHERA – um novo e importante projeto que visa ampliar a produção e impulsionar a comercialização de feromônios e sua tecnologia de aplicação. O objetivo é fomentar o desenvolvimento de soluções alternativas para a defesa vegetal, garantindo assim a segurança alimentar mundial, na medida em que as pragas estão se tornando mais resistentes aos agroquímicos disponíveis atualmente no mercado. Ao mesmo tempo, a tecnologia atende à demanda crescente dos consumidores por produtos saudáveis, nutritivos e limpos.

De acordo com a fabricante, o controle de insetos através de feromônios são alternativas seguras, eficazes, acessíveis e sustentáveis aos pesticidas tóxicos. A aplicação de feromônios sexuais que atraiam insetos-alvo no campo interrompe sua capacidade de atrair ou encontrar parceiros de acasalamento, mantendo as lavouras seguras, com baixos números de população de pragas. As culturas protegidas com feromônios apresentam menos resíduos químicos, ao mesmo tempo em que a biodiversidade dos campos e pomares é preservada.

“A estratégia de interrupção do acasalamento é aplicada com sucesso há 20 anos em culturas especializadas, e possui um enorme potencial de expansão para as principais culturas comerciais de escala, tais como milho, arroz, algodão e soja. A produção de feromônios por meio de fermentação inovadoras, que usam matérias-primas renováveis, deverá reduzir bastante os custos e os resíduos que agora estão associados à síntese de feromônios em escala industrial”, comenta a ISCA em comunicado oficial.

De acordo com Jean Pierre Princen, presidente da ISCA Europe, “os feromônios são a próxima geração de controle de insetos, porque trabalham em harmonia com a natureza, sem a perturbação ambiental e a resistência a pragas associadas aos inseticidas tradicionais. A chegada dessas inovações em feromônios para as lavouras de escala comercial está atrasada – algo que será acelerado pelo PHERA com essas tecnologias necessárias e sustentáveis”.

Os feromônios usados pelo consórcio PHERA serão produzidos por fermentação usando matérias-primas renováveis. Dessa forma, o projeto apoia diretamente os objetivos estratégicos da BBI JU, de crescimento sustentável da produtividade agrícola.

“Na BBI JU, estamos muito orgulhosos de financiar o projeto PHERA, que visa desenvolver e comercializar feromônios de base biológica para proteção de culturas. A proteção sustentável das culturas é um dos principais desafios para o ‘Acordo Verde’ da UE e a necessidade de que a produtividade agrícola aumente significativamente até 2050, mantendo a biodiversidade”, confirma Philippe Mengal, Diretor Executivo, BBI JU.

Segundo a ISCA, o investimento no PHERA será usado diretamente em duas etapas críticas necessárias para a implementação da tecnologia em larga escala: o primeiro é o escalonamento da produção de feromônios, usando tanques de fermentação de 100 metros cúbicos. O segundo é a realização de experimentos de campo para interrupção de acasalamento em larga escala dos insetos-alvo em lavouras de escala comercial, a fim de provar a eficácia dessas formulações de feromônios.

“O controle de pragas baseado em feromônios é uma solução que realmente funciona para o bem maior do planeta. Mas boas soluções só se tornarão realidades no mercado se forem apoiadas pelos atores e recursos certos. A PHERA e os parceiros do consórcio trabalharão diretamente para abordar os marcos essenciais que podem tornar os feromônios acessíveis, através da produção biológica em larga escala, e provar a eficácia em campo das soluções”, conclui Kristian Ebbensgaard, CEO da BioPhero.

Fonte: Agrolink

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