Aveia, Trigo e Cevada

TRIGO: Rússia é chave dos preços na temporada 2017/18

Com influência nos preços no mercado internacional, a Rússia pode fazer o mercado oscilar muito


Publicado em: 01/12/2017 às 17:00hs

TRIGO: Rússia é chave dos preços na temporada 2017/18

“Para se entender o mercado de trigo neste momento, mais do que olhar para Chicago ou para os Estados Unidos e Europa, deve-se olhar para a situação da Rússia, já que ela se tornou o maior exportador mundial do produto e seus preços são imbatíveis no mercado internacional”. A afirmação é do analista Luiz Fernando Pacheco, da Consultoria Trigo & Farinhas.

O especialista lembra que a Rússia é o principal fornecedor de trigo ao Egito, vencendo praticamente todas as licitações: “Apesar da forte demanda dos importadores e aumento das exportações russas de trigo para a África, o aumento dos preços das exportações de trigo da Rússia é travado pela grande oferta desta commodity no mercado, juntamente com as tendências globais de baixa”.

Segundo ele, como maior fator de influência nos preços no mercado internacional, a Rússia pode fazer o mercado oscilar muito. “Como ela tem um volume (bem) maior de trigo para exportar este ano (32,5 MT, contra 27,82MT da safra passada, segundo o USDA de novembro) seria muito interessante para o Mercosul que ela exportasse o maior volume possível antes de dezembro”, afirma Pacheco. 

Os rios, ferrovias e portos fluviais russos congelam e suas exportações diminuem no período entre dezembro e fevereiro. Se conseguir vender antes, farão menos concorrência à Argentina a partir de março, quando os vizinhos de Mercosul poderão exportar mais e reduzir os seus estoques, melhorando os preços para todo o Bloco.

“Se a Rússia guardar um grande volume para embarcar entre março e julho, os preços do país poderão pressionar os preços internacionais, inclusive os do Brasil, por tabela com a Argentina. Deve-se levar em consideração que a Rússia não exporta apenas trigo, mas também milho, cevada, centeio e outros grãos e todos são escoados pelos mesmos portos, de modo que a disputa por janelas será grande. Neste ano o total a ser exportado deverá ser de 44,5 MT, contra 37,7MT do ano passado, de acordo com a consultoria SovEcon”, conclui o analista da T&F.

Fonte: Agrolink

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