Publicado em: 10/09/2018 às 13:40hs
Palestras com o pesquisador Artur Chinelato de Camargo, com o chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste, André Novo, e com o produtor Ricardo Schiavinato, da fazenda Nata da Serra, entusiasmaram os inscritos na sexta e sábado (31/08 e 1º/09), em Serra Negra (SP).
Logo na primeira manhã, os 40 participantes foram a campo para aprender a coletar amostras para análise de solo. A adequação dos nutrientes é uma tarefa básica, mas nem sempre executada pelos produtores. Os resultados indicam as necessidades da terra e permitem que o proprietário faça calagem e/ou adubação para corrigir eventuais deficiências.
Ainda na sexta-feira, Artur Chinelato mostrou imagens de como amostras de pastagens reagem à falta ou excesso de nutrientes. E aproveitou para explicar as características de diferentes tipos de forrageiras. “Não somos favoráveis ao pasto A, B nem C. O importante é ter comida para os animais”, afirmou.
O pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste abordou problemas simples, como a limpeza da propriedade, que pode melhorar não apenas o ambiente, mas a autoestima do produtor. Ele falou também sobre a necessidade de equilíbrio entre água, luz e nutrientes e mostrou que as plantas absorvem esses nutrientes de diferentes formas.
IMPRESSÕES
A produtora Silvia Barretto, de Mococa (SP), considerada referência em produção de orgânicos no Brasil, foi convidada a visitar a Nata da Serra durante o módulo. Ela morou 20 anos nos Estados Unidos e chegou àquele país quando a onda de orgânicos começava a ganhar força. Era 1991.
De volta ao Brasil em 2010, ela passou a investir na produção de café orgânico e agora se preparar para abastecer o mercado com leite orgânico. Segundo Silvia, o Brasil dá os primeiros passos em relação à profissionalização dessa linha de produtos. “Eu diria que o país está na fase em que corresponde a 1995 dos Estados Unidos. Estamos começando”, afirmou.
Outra novata no curso foi a produtora Patrícia Narcisi, da fazenda Terra Límpida, de Cássia dos Coqueiros. Na verdade, o irmão dela, Fábio, participa desde o primeiro módulo. Mas a família possui propriedade na Itália e Fábio estará retornando à Europa nos próximos dias. A irmã vai substituí-lo na capacitação.
Em San Gimignano, que fica na região da Toscana, a família produz hortaliças e leite orgânicos há 30 anos. No Brasil, começaram há quatro. Patrícia conta que a terra já foi certificada e agora a propriedade está em fase de certificação do leite. “Estou gostando bastante, especialmente dessa parte de recuperação do pasto e do uso da sobressemeadura. Quero saber mais sobre isso.”
Ao fazer uma avaliação rápida e informal junto aos participantes do módulo, Ricardo Schiavinato perguntou: “Vocês perceberam que muito do que o Artur falou são coisas básicas, muito simples? Mas visitando propriedades são exatamente esses problemas simples que ele encontra”, afirmou.
O curso acontece em cinco módulos e o próximo ocorrerá na Embrapa Pecuária Sudeste no final deste mês, nos dias 28 e 29, com a participação de Artur e do pesquisador Julio Palhares. A realização é da Embrapa Pecuária Sudeste, da SIN (Secretaria de Inovação e Negócios) da Embrapa e da Fazenda Nata da Serra.
Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste
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