Soja

Soja trabalha com ligeiros ganhos na Bolsa de Chicago nesta 5ª feira após últimas baixas

Perto de 7h50 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 2,50 e 2,75 pontos, com o maio valendo US$ 8,58 e o agosto, US$ 8,77 por bushel


Publicado em: 25/04/2019 às 10:30hs

Soja trabalha com ligeiros ganhos na Bolsa de Chicago nesta 5ª feira após últimas baixas

Os preços da soja têm leves altas na Bolsa de Chicago na manhã desta quinta-feira (25). Perto de 7h50 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 2,50 e 2,75 pontos, com o maio valendo US$ 8,58 e o agosto, US$ 8,77 por bushel.

O mercado tenta se reajustar depois de renovar suas mínimas em dois dias consecutivos de baixas consideráveis, porém, sem força para altas mais fortes diante de uma combinação de fatores negativos que pesa sobre o mercado internacional.

Os traders se mantêm focados na questão da guerra comercial entre China e Estados Unidos, a grande oferta de soja norte-americana represada, a demanda mais limita e na questão do clima nos EUA, que começa a dar sinais de melhora para os próximos dias.

O posicionamento recorde dos fundos investidores também é outro ponto de atenção.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja: Mesmo com alta do dólar, preços recuam até 5% no interior do Brasil

O dólar fechou a quarta-feira (24) no Brasil com alta de 1,63% e cotado a R$ 3,9863, patamar mais alto em quase sete meses, segundo informa a Reuters. Na máxima do dia, a divisa bateu nos R$ 3,9950, se aproximando mais uma vez dos R$ 4,00 e surpreendendo o mercado depois da aprovação da reforma da Previdência pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) no dia anterior.

Na contramão, os preços da soja amargaram uma nova sessão de perdas na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa encerraram o pregão com perdas de 6,75 pontos nos principais vencimentos, pressionando ainda mais os valores da soja aqui no mercado brasileiro.

"Mesmo com as altas recentes do câmbio, os preços de grãos físicos no Brasil caíram fortemente, precificando quedas consecutivas aqui na CBOT", explicam os analistas da ARC Mercosul.

No mercado físico, as baixas chegaram a bater em 5%, como foi o caso do Oeste da Bahia, onde o valor de referência no fim desta quarta ficou em R$ 63,00 por saca. Em praças do Rio Grande do Sul como Não-Me-Toque ou Panambi, por exemplo, as baixas passaram de 1% e os preços ficaram na casa dos R$ 65,00.

Nos portos, os preços da soja nacional também caíram um pouco mais. No spot, baixa de 0,40% em Paranaguá, para R$ 75,50 por saca, e de 0,13% em Rio Grande, para R$ 74,60. Em São Francisco do Sul, em Santa Catarina, a queda foi de 1,17% para R$ 76,10/saca. Para maio, perdas de 0,65% e 0,665, para indicativos fechando o dia com R$ 76,00 e R$ 75,00 por saca.

O analista de mercado Luiz Fernando Gutierrez, da consultoria Safras & Mercado, afirma que, neste momento de pressão, "o dólar não faz os preços subirem, mas ajuda a não caírem ainda mais. E neste ano, os preços só caíram, praticamente".

E além da pressão externa, com Chicago renovando suas mínimas, a finalização da colheita no Brasil e um maior volume de oferta disponível ajuda a manter as cotações pressionadas internamente. Este fator aliado a uma demanda ainda ativa, porém, limitada, se torna mais uma barreira para os preços do grão brasileiro.

Além de tudo, essa entrada de safra pressiona ainda os prêmios no mercado nacional e deixam as cotações ainda mais travadas. Somente nos últimos 30 dias, os prêmios pagos além de Chicago para a soja do Brasil caíram mais de 25%. Além dos vendedores, os compradores, afinal, também se mostram retraídos.

"O mercado sente a entrada da safra e só sente menos quando há uma grande quebra. E como não é o caso deste ano, até houve uma ameaça, mas ainda se trata de uma safra grande, e é portanto muita soja disponível no mercado", diz Gutierrez.

Com todo este movimento, se confirma uma expectativa de que o primeiro trimestre não seria realmente bom para os preços da soja, como não foi. Ainda assim, o analista acredita que o produtor que não comercializou ainda 50% de sua produção "deve entrar aos poucos no mercado e aproveitar esses repiques do dólar para negociar, porque nada garante que o segundo semestre pode ser melhor, que a união de fatores vai ser positiva".

Mercado Internacional

Falta força ao mercado neste momento e, especulando sobre uma possível melhora climática nos EUA, tem novos momentos de baixa, portanto.

As influências do clima no Meio-Oeste americano deverão começar a ganhar mais espaço no andamento dos preços dos grãos no mercado internacional a partir de agora e trazer mais volatilidade ao mercado. É importante lembrar,no entanto, que a nova safra dos Estados Unidos começa em um cenário de oferta e demanda completamente diferente dos últimos anos, principalmente no caso da soja.

Neste momento, os trabalhos de campo estão atrasados no Corn Belt diante das adversidades climáticas registradas nas últimas semanas, principalmente no final de março. "Atrasos são reais hoje, indiscutivelmente, mas não trazem grande preocupação agora", explica Matheus Pereira, diretor da ARC Mercosul.

Da mesma forma, a continuidade da guerra comercial entre China e Estados Unidos também se mantém como outro fator de pressão sobre os futuros da soja.

"A falta de atividade nas negociações entre chineses e americanos também afasta a CBOT de novas altas, cenário que deve perdurar até que efetivos avanços sejam concretizados nos encontros entre os representantes dos dois países agendados para o final de abril e início de maio", explica a ARC Mercosul.

Fonte: Notícias Agrícolas

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