Soja

Soja trabalha com leves altas em Chicago nesta 4ª feira após mínimas em 5 meses

Perto de 8h (horário de Brasília), os preços subiam pouco mais de 2 pontos, com o maior sendo cotado a US$ 8,64 e o agosto, US$ 8,84 por bushel


Publicado em: 24/04/2019 às 10:50hs

Soja trabalha com leves altas em Chicago nesta 4ª feira após mínimas em 5 meses

Os futuros da soja trabalham com leves altas na Bolsa de Chicago na manhã desta quarta-feira (24) na tentativa de se ajustar depois das baixas de mais de 15 pontos no pregão anterior. O mercado fez suas mínimas em cinco meses.

Perto de 8h (horário de Brasília), os preços subiam pouco mais de 2 pontos, com o maior sendo cotado a US$ 8,64 e o agosto, US$ 8,84 por bushel.

As previsões de condições melhores para o clima nos EUA nos próximos dias pesa sobre as cotações neste momento e o mercado se apega à estas previsões diante de um mercado esvaziado de novas notícias de outras frentes.

"Os traders estão se pergutando agora o que poderá estabilizar o mercado neste momento. Um acordo comercial? Sinais de nova demanda? Problemas climáticos? O tempo irá dizer", explicam on consultores da Allendale, Inc.

O surto de peste suína na China que já dizimou milhões de porcos também é outro ponto de preocupação entre os traders, já que tem reduzido de forma considerável as compras de soja do país.

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Soja fecha com mais de 15 pts de baixa em Chicago e preços caem mais no Brasil

As baixas no mercado da soja se intensificaram na tarde desta terça-feira (23) e os preços da oleaginosa terminaram o dia com perdas de mais de 15 pontos nos principais vencimentos. O maio terminou o dia com US$ 8,62 e o agosto, US$ 8,81 por bushel. E o mercado, que vem renovando suas mínimas, se agarrra em qualquer nova informação que possa ajudá-lo a operar com um pouco mais de força neste momento.

Segundo explica o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest Commodities, o recuo dos preços reflete, entre outros fatores as expectativas de uma melhora do cenário climático no Meio-Oeste americano, favorecendo o desenvolvimento do plantio nas próximas semanas.

"Há melhores condições de clima sendo esperadas e o produtor americano tem um enorme pátio de máquinas para dar andamento ao plantio por lá", explica Araújo, que diz ainda que o mercado tem a consciência também desse potencial de recuperação do ritmo dos trabalhos de campo nos EUA.

Já nos próximos 6 a 10 dias, de acordo com as últimas previsões do NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA, importantes regiões produtoras do país deverão ser beneficiadas com condições de tempo mais quente e seco, favorecendo os trabalhos de campo.

"O cenário climático para os Estados Unidos tem melhorado, conforme nos aproximamos do fim do mês de abril. Os mapas, que anteriormente traziam a permanên-cia de chuvas excessivas para os primeiros dias de maio, agora trazem um padrão excepcional para o progresso inicial do plantio", explicam os consultores de mercado da ARC Mercosul.

A consultoria internacional afirma ainda que o ritmo da semeadura nos EUA deverá ganhar mais força e ritmo em cerca de 15 dias, principalmente no caso do milho, que é plantado mais cedo nos campos americanos. Para a soja, este pico deverá ser alcançado em cerca de 20 a 30 dias. " Enquanto isso, fundos especulativos continuam empilhando novas posições no lado ven- dido do mercado das principais commodities agrícolas", diz a ARC.

Ainda pressionando os preços em Chicago continua a falta de demanda forte e efetiva pela soja dos Estados Unidos, o que é rapida e repetidamente reflexo no andamento das cotações.

"São 65 milhões de toneladas de soja disponíveis nos EUA e o plantio da nova safra está só começando. Isso nunca aconteceu na história dos EUA", diz o diretor da ARC Mercosul, Matheus Pereira. "E assim, o comprador sabe que não precisa, no cenário atual, adicionar compras futuras", completa.

Ainda segundo Marcos Araújo, a demanda menor da China por soja em grão já impacta no andamento dos preços de forma bastante severa. Ao se avaliar o esmagamento da oleaginosa na China somente nos últimos 12 meses já é possível contabilizar uma baixa de 4 milhões de toneladas.

A gravidade do surto da peste suína africana castiga severamente o plantel chinês, provocando uma redução considerável em suas importações de soja em grão para a produção de ração. No entanto, Araújo reafirma que se comprarão menos soja, terão de comprar mais carne para atender à toda sua demanda, inclusive pela carne suína, que é mais consumida na nação asiática.

Mercado Nacional

Os preços da soja nos portos brasileiros acompanharam as baixas fortes em Chicago e também terminaram a terça-feira no vermelho. Em Rio Gramde, as perdas passaram de 1%, com o spot ficando em R$ 74,70 por saca, recuando 1,19%, e o maio com R$ 75,50, perdendo 1,05%.

No terminal de Paranaguá, perdas respectivas de 0,66% e 0,39%, para referências que terminaram o dia com R$ 75,80 e R$ 76,50 por saca.

No interior, baixas também foram registradas e chegaram a marcar 2,99%, como foi o caso de Brasília, que terminou o dia com R$ 66,00 por saca. Mesmo menos intensa, perdas foram registradas em todas as principais regiões produtoras do Brasil.

No Brasil, também já é possível sentir os efeitos da demanda mais fraca diante dos prêmios sem qualquer força para reagir. Somente nos últimos 30 dias, os valores pagos nos portos brasileiros sobre os preços de Chicago recuaram mais de 25%. No abril, houve um recuo de 32,50% - de 40 para 27 cents de dólar por bushel sobre os preços de Chicago - 40% no maio e 27,27% no julho, onde o valor passou de 55 para 40 centavos de dólar.

E um levantamento da Brandalizze Consulting mostra que enquanto os prêmios dos compradores oscilam nestes intervalos, os valores pedidos pelos vendedores têm, em média, US$ 0,90 para as posições abril e maio e US$ 1,00 por bushel acima da CBOT para junho e julho.

Fonte: Notícias Agrícolas

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