Soja

Soja trabalha com estabilidade nesta 3ª feira na Bolsa de Chicago e volta a buscar direção

Depois das boas altas e da volatilidade registradas no pregão anterior - o primeiro após a reunião do G20 - as cotações, por volta de 8h10 (horário de Brasília), os preços cediam entre 0,75 e 1 ponto


Publicado em: 04/12/2018 às 11:10hs

Soja trabalha com estabilidade nesta 3ª feira na Bolsa de Chicago e volta a buscar direção

A manhã desta terça-feira (4) é de estabilidade e falta de direção para os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago. Depois das boas altas e da volatilidade registradas no pregão anterior - o primeiro após a reunião do G20 - as cotações, por volta de 8h10 (horário de Brasília), os preços cediam entre 0,75 e 1 ponto. Mais cedo um pouco, as cotações testavam ligeiras altas de 0,50 ponto.

Assim, o janeiro/19, que é contrato mais negociado nesse momento, era cotado a US$ 9,05 por bushel, enquanto o maio/19, referência para os negócios no Brasil, tinha US$ 9,29.

O mercado corrige os últimos ganhos, ainda com o sentimento de incerteza e até mesmo insegurança em relação à trégua na guerra comercial anunciada por Donald Trump e Xi Jinping.

E como explicam analistas e consultores, esse ainda será o padrão de comportamento durante os próximos 90 dias, até que um acordo efetivo entre China e Estados Unidos saia e comece a valer. Com a situação ainda inalterada, os traders mantêm sua cautela e evitam estar muito expostos às novas declarações que podem surgir de ambos os lados.

A diferença dessa vez é que, com a trégua proposta, o otimismo para um acordo é maior nesse momento, segundo acreditam especialistas.

Veja com fechou o mercado nesta segunda-feira:

Soja perde força ao longo do dia e fecha com altas de pouco mais de 10 pts na Bolsa de Chicago

Na primeira sessão após a reunião de Donald Trump e Xi Jinping no G20, no último final de semana, os preços da soja fecharam o dia em campo positivo. O pregão, no entanto, foi de volatilidade e os futuros da oleaginosa foram, ao longo dos negócios, perdendo bastante força.

Depois de iniciarem com mais de 25 pontos de ganho, as cotações fecharam com altas de pouco mais de 10 pontos entre os vencimentos mais negociados. O janeiro, que chegou a superar os US$ 9,10, fechou com US$ 9,05 por bushel, enquanto o maio/19, que bateu nos US$ 9,40, ficou em US$ 9,30 por bushel.

A trégua anunciada pelos presidentes americano e chinês de três meses na guerra comercial aumentou o otimismo para as negociações que continuarão neste período, porém, não trouxeram um acordo efetivo entre os países.

Assim, o movimento inicial do mercado trouxe em suas altas esse otimismo mais intenso, porém, na sequência, os ganhos foram ficando mais tímidos justamente pela disputa ainda não estar encerrada, segundo explicam analistas e consultores de mercado.

Os traders sentem ainda, afinal, a incerteza sobre a demanda chinesa pela soja norte-americana, mesmo Xi afirmando, por meio de um comunicado de seu governo, que se compromete a comprar mais produtos agrícolas dos EUA. A taxação de 25% sobre a soja dos EUA, porém, ainda está mantida.

"Acredito que Chicago ainda caminha lentamente, os prêmios recuam pouco, porque essa trégua mostra que se trata muito mais do que uma guerra comercial, é uma busca por hegemonia geopolítica. Então, nesses próximos 90 dias ainda teremos muita tensão e volatilidade para os preços na Bolsa de Chicago, o que pode trazer oportunidades fantásticas de venda para o produtor brasileiro", explica o consultor em agronegócio Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios.

Hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou a venda de 147,5 mil toneladas de soja para destinos não revelados. O volume é todo da safra 2018/19.

E os embarques semanais norte-americanos, também informados pelo USDA, ficaram dentro das expectativas do mercado.

Na semana encerrada em 29 de novembro, o país embarcou 1.041,666 milhão de toneladas, contra expectativas de 490 mil e 1,22 milhão de toneladas. No acumulado da temporada, os embarques da oleaginosa já somam 13.253,543 milhões de toneladas, contra mais de 22,8 milhões do ano passado, nesse mesmo período.

Mercado Brasileiro

Os preços no mercado brasileiro sentiram os impactos dessa leve mudança no cenário internacional de forma bastante sutil. Os prêmios recuaram cerca de 15 centavos, o dólar também caiu, mas os ganhos em Chicago limitaram as baixas.

No porto de Paranguá, a soja disponível fechou estável nos R$ 82,00 por saca, enquanto subiu 1,27% para a safra nova a R$ 80,00. Em Rio Grande, o spot subiu 0,60% para R$ 84,50, enquanto o mês seguinte foi a R$ 83,50, com baixa de 1,18%.

Como o analista de mercado Marlos Correa, da Insoy Commodities, o recuo dos prêmios é 'natural' para este momento, principalmente no disponível, onde já não há quase soja para ser comercializada no Brasil. Os estoques estão, praticamente, zerados. "Não há grandes tomadores de prêmios neste momento", diz Correa.

Fonte: Notícias Agrícolas

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