Soja

Soja segue operando com estabilidade nesta 6ª em Chicago dividida entre coronavírus e fundamentos

Por volta de 7h (horário de Brasília), as cotações subiam entre 0,25 e 1 ponto nos principais contratos, levando o maio a US$ 8,58 e o agosto a US$ 8,66 por bushel


Publicado em: 03/04/2020 às 10:10hs

Soja segue operando com estabilidade nesta 6ª em Chicago dividida entre coronavírus e fundamentos

O mercado da soja segue operando com estabilidade na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira (3), mas na manhã de hoje testando leves ganhos. Por volta de 7h (horário de Brasília), as cotações subiam entre 0,25 e 1 ponto nos principais contratos, levando o maio a US$ 8,58 e o agosto a US$ 8,66 por bushel.

Os futuros da oleaginosa seguem atentos às questões ligadas à pandemia do coronavírus, principalmente com os EUA sendo o novo epicentro da crise, e a situação no país se agravendo muito severamente por lá, diariamente. Por outro lado, alguns países entram na fase da recuperação.

Da mesma forma, aos poucos o mercado se volta também para seus fundamentos de oferta e demanda e do início da nova safra norte-americana.

"Sem notícias de vendas novas americanas à China, hoje, provavelmente, vamos ficar à mercê, de novo, de notícias sobre a guerra contra o Covid-19", acredita Steve Cachia, consultor de mercado da AgroCulte e da Cerealpar.

Mais do que isso, o executivo reforça ainda que "a demanda para soja e milho continua forte no cenário internacional e isso se reflete nos atuais niveis de preços históricos no Brasil. Mas, claro, oo câmbio tem ajudado bastante".

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Soja: Está na hora de pensar na comercialização da próxima safra, alerta consultor

Mas alguns critérios devem ser seguidos nesse processo de venda futura, como o travamento do custo na mesma moeda de venda do grão e o fechamento de negócios com empresas sólidas

Fechamento de Mercado da Soja - Entrevista com Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios

Os preços da soja permanecem firmes e sustentados no mercado brasileiro. O dólar forte e renovando suas máximas nesta quinta-feira (2), chegando a superar dos R$ 5,28, se mantém como o principal colchão para as baixas observadas no cenário internacional. Assim, como relata o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, os indicativos seguem superando os R$ 100,00 por saca.

Para as posições de maio e junho, as referências de preço ainda têm variado de R$ 102,00 a R$ 103,00, enquanto para um pouco mais a diante chegam a R$ 104,00, R$ 105,00 por saca para julho e agosto. "E o mercado continua comprador nos portos, com os preços ainda nos melhores momentos", diz o consultor.

No entanto, nos últimos dias os negócios nos portos apresentam um ritmo ligeiramente mais lento diante da comercialização da safra atual - perto de 75% - o que faz com que os produtores brasileiros estejam mais focados na conclusão da colheita, para voltarem a se posicionar nas vendas um pouco mais a frente.

Ainda assim, consultores e analistas seguem informando que produtores brasileiros continuam aproveitando todas as oportunidades boas que o mercado vem trazendo, uma vez que além do dólar em alta, os prêmios no país também seguem positivos e a demanda, forte.

O Brasil mantém seu ritmo forte de embarques de soja em grão e derivados, com a possibilidade de que todo o complexo possa exportar 90 milhões de toneladas.

SAFRA NOVA

Para Ênio Fernandes, consultor de mercado da Terra Agronegócios, a extensão da quarentena em todo o mundo e os efeitos que causam em toda a economia global deixam o cenário intensamente e severamente incerto, exigindo que os negócios tenham de ser ainda mais certeiros.

"Tem que vender sua soja, travar seu preço e garantir seus custos de produção. Em um momento de tanta incerteza e volatilidade, lucro se coloca no bolso. Em tempos assim, o produtor tem que trabalhar muito bem calçado", explica.

Fernandes lembra ainda que já há cerca de 25% da nova safra de soja - 2020/21 - comercializada e esse é um ritmo, nesta época, jamais visto em outras temporadas.

"Os grandes grupos já travaram suas vendas, compraram seus insumos e garantiram suas margens", diz. E mais do que isso, orienta que os produtores que vendem em reais, comprem seus insumos em reais, e o mesmo vale para o dólar. Complementando, diz ainda que trata-se de um mundo dentro de um novo cenário de crédito mais escasso frente a tantas incertezas. "É trabalhar com segurança, escolher parceiros sólidos e tocar sua comercialização de forma muito eficiente".

Fernandes orienta ainda que os produtores não podem esperar que os preços subam cada vez mais, já que não há garantia de que as variáveis que formam os atuais níveis de preços. "E margens boas para 2021 com o atual cenário tão delicado devem ser capturados", diz.

BOLSA DE CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, depois de um dia todo testando os dois lado da tabela, o mercado da soja fechou a quinta-feira com perdas de pouco mais de 3 pontos nos principais vencimentos, levando o maio a US$ 8,58, julho a US$ 8,64 e o agosto a US$ 8,65 por bushel.

Os preços caíram expressivamente nos últimos dias na CBOT e aos poucos buscam retomar seu fôlego, diante de melhores perspectivas da demanda da China nos EUA e de uma oferta menor vinda da Argentina. Aos poucos, o mercado em Chicago também começa a olhar para o clima nos EUA no início da safra 2020/21.

Fonte: Notícias Agrícolas

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