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Soja recua em Chicago nesta 2ª feira e mercado se divide entre guerra comercial e novos números do USDA

As cotações da oleaginosa, por volta de 9h (horário de Brasília), recuavam entre 5,25 e 6,25 pontos, com o janeiro/19 valendo US$ 9,11 e o maio/19 sendo cotado a US$ 9,36 por bushel


Publicado em: 10/12/2018 às 12:10hs

Soja recua em Chicago nesta 2ª feira e mercado se divide entre guerra comercial e novos números do USDA

Os preços da soja cedem na manhã desta segunda-feira (10) na Bolsa de Chicago. As cotações da oleaginosa, por volta de 9h (horário de Brasília), recuavam entre 5,25 e 6,25 pontos, com o janeiro/19 valendo US$ 9,11 e o maio/19 sendo cotado a US$ 9,36 por bushel.

Os mercados externos parecem ter começado a semana mais nervosos com a necessidade de um acordo entre China e Estados Unidos, ou os chineses verão as tarifas americanas subirem de forma considerável sobre os produtos chineses mais uma vez.

De acordo com informações da Reuters, as negocições "precisam alcançar um acordo até 1º de março ou novas tarifas serão impostas por Washington", afirmou neste domingo o representante comercial norte-americano, Robert Lighthizer. Caso isso seja confirmado, a China promete revidar.

As relações entre os dois países ficaram ainda mais comprometidas depois da prisão, na semana passada, da diretora financeira da gigante chinesa de tecnologia Huawei, Meng Wanzhou, a pedido dos EUA. A nação asiática recebeu a notícia com extremo descontento e articula para que ela seja solta.

Ainda observando a guerra comercial, o mercado, nesta semana, divide suas atenções com a divulgação do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Os dados atualizados serão divulgados nesta terça-feira, 11 de dezembro, e fazem o mercado buscar um bom poscionamento antes de sua divulgação.

"Os traders irão determinar se o relatório do USDA desta semana será ou não mais importante do que as notícias da disputa comercial", diz o boletim diário da consultoria internacional Allendale.

Veja como fechou o mercado na última semana:

Soja: Mercado internacional especula sobre demanda da China e fecha em alta nesta 6ª feira

O mercado internacional da soja teve uma semana de forte volatilidade com as notícias que chegaram, principalmente, da relação entre China e Estados Unidos. E apesar da preocupação observada nesta quinta-feira (6) com a prisão de uma executiva chinesa a pedido do governo norte-americano, as especulações de que a nação asiática estaria voltando parte de sua demanda aos EUA motivaram as cotações, que terminaram o pregão desta sexta-feira (7) em campo positivo.

Os preços da soja negociados na CBOT com ganhos de 6 a 6,50 pontos, levando o janeiro/19 a US$ 9,16 e o maio/14, que segue como referência para a nova safra do Brasil, valendo US$ 9,40 por bushel.

Como relatou o diretor do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, o mercado trabalhou com rumores de que a China poderia voltar a comprar dos EUA, por meio de suas estatais Sinograin e Cofco, ao menos 5 milhões de toneladas e o mercado encontrou suporte para as cotações.

Apesar disso, o mercado e seus participantes ainda esperam por mais detalhes e dados mais concretos sobre essa trégua anunciada pelos presidentes depois da reunião do G20. Se a equipe de Donald Trump soltou algumas notas oficiais sobre o caso e o que pode ser esperado para os próximos 90 dias, a de Xi Jinping não fez o mesmo e a nebulosidade da incerteza ainda mantém o mercado sem uma direção muio bem definida.

Afinal, é sabido que a China só voltaria a comprar nos EUA, como explicam analistas e consultores, na medida em que a tarifação chinesa de 25% sobre a soja americana seja retirada e os preços voltem a ser interessantes para a nação asiática. "E o próprio representante do governo chinês falou que até que as negociações sobre propriedade intelectual avancem, as tarivas vão ser mantidas", explica Cristiano Palavro, analista sênior da ARC Mercosul.

Assim, os traders finalizam a semana ainda no campo das especulações, esperando por mais novidades concretas entre a relação de Trump e Xi, bem como informações mais concretas sobre os próximos movimentos dos dois países.

Mercado Nacional

No Brasil, a comercialização, ainda segundo Sousa, segue muito lenta, com os produtores também esperando por melhores oportunidades e definições. De acordo com o executivo, o país tem cerca de 34% a 35% de sua safra 2018/19 já comercializada.

Nesta sexta-feira, os preços subiram nos portos do país, à exceção do disponível em Paranaguá, que fechou estável nos R$ 79,00 por saca, enquanto o fevereiro/19 foi a R$ 81,00, com alta de 1,25%. Em Rio Grande, alta de 0,37% no spot e para janeiro, com referência de R$ 82,30 em ambos os casos.

No interior, algumas altas foram registradas, porém, de forma pontual e localizada.

Fonte: Notícias Agrícolas

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