Soja

Soja realiza lucros nesta manhã de 3ª feira, mas não desvia foco do clima ruim nos EUA

por volta de 7h20 (horário de Brasília), os futuros da commodity recuavam 3,50 pontos nos principais contratos


Publicado em: 18/06/2019 às 10:50hs

Soja realiza lucros nesta manhã de 3ª feira, mas não desvia foco do clima ruim nos EUA

O mercado da soja tem uma leve realização de lucros na manhã desta terça-feira (18) na Bolsa de Chicago. As cotações da oleaginosa até chegaram a abrir o pregão com algumas altas, porém, logo os investidores buscaram garantir alguns ganhos se reposicionando. Assim, por volta de 7h20 (horário de Brasília), os futuros da commodity recuavam 3,50 pontos nos principais contratos.

O vencimento julho era cotado a US$ 9,09 por bushel, enquanto o agosto tinha US$ 9,15 e o novembro, US$ 9,36 por bushel. O mercado segue trabalhando acima do patamar dos US$ 9,00 na medida em que se mantém focado no adverso cenário da nova safra dos Estados Unidos.

"Os traders continuarão focados no clima enquanto os produtores americanos se atentam a plantar o que falta de sua área de soja", explicam os analistas da consultoria internacional Allendale, Inc.

Apesar das pequenas baixas observadas nesta manhã de terça - que chegam depois das intensas altas registradas no fechamento de ontem, de mais de 16 pontos - o mercado segue diante de um plantio ainda atrasado nos EUA e de previsões que mostram mais chuvas a frente, para as próximas semanas.

De acordo com os números trazidos ontem, no final de tarde, pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o país tem 77% da área de soja plantada, contra 60% da semana passada. A aposta dos traders era do plantio já concluído em 80% da área. Em 2018, nesse mesmo período, o índice era de 96% e a média das últimas cinco temporadas é de 93%.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Soja fecha com mais de 16 pontos de alta com cenário de clima muito ruim no Corn Belt

Segunda-feira agitada para o mercado da soja na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa lideraram o movimento de altas no quadro internacional e terminaram o dia com mais de 16 pontos de ganho entre as posições mais negociadas. Assim, o julho ficou em US$ 9,12 e o novembro, US$ 9,39 por bushel.

Os traders seguem se apoiando nas extremamente desfavoráveis condições de clima para no cinturão de produção dos Estados Unidos. O último final de semana foi extremamente chuvoso em quase toda a região produtora norte-americana e segue comprometendo severamente os trabalhos de campo.

A imagem abaixo mostra o acumulado das precipitações nas últimas 72 horas. Algumas regiões em Illinois, Indiana, Missouri e Ohio receberam mais de 80 mm neste período.

Para os próximos 7 dias - desta segunda (17) a 24 de junho - são esperados acumulados semelhantes, ainda com os maiores volumes sendo esperados para a porção leste do Corn Belt, como mostra o mapa atualizado do NOAA, o serviço oficial de clima do governo americano.

"Essas são chuvas de sérios danosp para as lavouras e causadoras de enchente", diz o meteorologista sênior do portal internacional DTN The Progressive Farmer, Bryce Anderson.

Além das chuvas, as temperaturas são outra preocupação dos produtores. Em boa parte dos Estados Unidos, os números mostram temperaturas dentro do normal para esta época, ou abaixo da média, complicando ainda mais a germinação das sementes e o processo de secagem dos campos.

"A especulação aposta na confirmação dos mapas que trazem a permanência de um padrão ex- tremamente chuvoso sobre o Cinturão, nesta reta final de junho. Se con- firmado, o padrão meteorológico irá resumir de maneira extremamente danosa, também prejudicando irrecuperavelmente a finalização do plantio da soja, assim como já afetou o milho", explicam os consultores da ARC Mercosul.

Com todo esse quadro, as maiores dúvidas agora se direcionam à área destinada aos grão que será efetivamente semeada. Conhecida, ela poderá dar um pouco mais de norte ao andamento dos preços, ainda de acordo com a ARC.

"Os próximos 10 dias definirão o total de área plantada com a oleaginosa nos EUA", afirmam os especialistas da consultoria.

PRÊMIOS

Ainda nesta segunda-feira, os prêmios ofertados para a soja brasileira recuaram diante das altas fortes registradas na Bolsa de Chicago. As perdas foram consideráveis em relação à última sexta-feira (14), porém, os valores ainda variam entre US$ 1,00 e US$ 1,15 por bushel acima dos valores praticados na CBOT.

Fonte: Notícias Agrícolas

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