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Soja: Mercado inicia semana intensa operando em alta na CBOT nesta 2ª feira

Por volta de 7h25 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 5,50 e 6,25 pontos nos principais contratos, com o julho valendo US$ 9,08 e o agosto, US$ 9,14 por bushel


Publicado em: 24/06/2019 às 10:55hs

Soja: Mercado inicia semana intensa operando em alta na CBOT nesta 2ª feira

Preços em alta para a soja nesta segunda-feira (24) na Bolsa de Chicago. Por volta de 7h25 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 5,50 e 6,25 pontos nos principais contratos, com o julho valendo US$ 9,08 e o agosto, US$ 9,14 por bushel. O mercado busca se recuperar das últimas baixas - já que perdeu mais de 12 pontos na última sexta-feira (21) - e se posicionando para uma semana intensa para os negócios.

O foco principal dos traders continua sendo a questão climática nos EUA. O final de semana foi de chuvas para o Corn Belt, porém, segundo explicam analistas internacionais, as previsões indicam alguma melhora para a semana que vem, o que acaba limitando o avanço dos preços.

"As temperaturas no Meio-Oeste devem começar a subir na próxima semana, o que começará a acelerar o desenvolvimento das lavouras de soja e milho", segundo o instituto norte-americano de meteorologia Maxar.

No paralelo, atenção aos relatórios novos que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nesta semana, começando hoje, às 17h (Brasília), com o semanal de acompanhamento de safras e encerrando, na sexta-feira (28), com dois outros boletins muito importantes: área de plantio e estoques trimestrais. As expectativas do mercado são grandes.

Ao mesmo, os traders especulam também sobre a reunião do G20 que acontece no final desta semana, em Osaka, no Japão, e onde devem se encontrar Donald Trump e Xi Jinping, retomando as negociações da guerra comercial, que estão paralisadas há quase dois meses.

E veja ainda como fechou o mercado na última semana:

Soja: Patamares de preços melhoram no BR, mas não o suficiente para novos negócios

Os patamares dos preços da soja registraram uma considerável melhora nos últimos dias no mercado brasileiro, apesar de toda a volatilidade observada na Bolsa de Chicago. Mesmo com as correções recentes, ainda assim os principais contratos terminaram a semana acima dos US$ 9,00 por bushel.

A demanda segue forte pelo produto do Brasil - principalmente por parte da China - e tal movimento tem sido combustível para a manutenção dos prêmios em bons níveis e, consequentemente, para indicativos melhores nos portos e no interior do país.

Além do mais, como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, os vendedores 'sumiram' e se afastam de novos negócios. "Os vendedores continuam esperando por um mercado melhor, há bem pouco interesse de venda neste momento", diz o executivo. As pontuais operações refletem somente as necessidades também pontuais ou as necessidades momentâneas dos sojicultores.

O feriado no meio da semana também ajudou a desaquecer o ritmo dos negócios no mercado nacional. Ainda assim, um levantamento feito pelo Notícias Agrícolas mostra que nos principais estados produtores as cotações subiram expressivamente entre 12 e 19 de junho, a quarta-feira antes do feriado. Ao se oberservar também os últimos 30 dias, os ganhos são bastante expressivos.

Região Sul

RS

Não-Me-Toque - R$ 68,00
+ 1,49% na semana
+ 7,09% em 30 dias

PR

Cascavel - R$ 70,50
+ 1,44% na semana
+ 2,17% em 30 dias

Ponta Grossa - R$ 80,50
+ 1,90% na semana
+ 11,09 em 30 dias

Região Centro-Oeste

GO

Jataí | Rio Verde - R$ 68,00
+ 1,49% na semana
+ 7,09% em 30 dias

MS

Ponta Porã - R$ 71,00
+ 1,43% na semana
+ 4,41% em 30 dias

Campo Grande - R$ 70,00
+ 2,94% na semana
+ 4,48% em 30 dias

Região Sudeste

SP

Assis - R$ 73,20
+ 1,24% na semana
+ 6,09% em 30 dias

*Indicativos em 19 de junho

Ainda como explica Brandalizze, preços melhores são esperados no Brasil por meio de prêmios que podem ser melhores também depois das definições esperadas para a safra norte-americana. Importantes relatórios chegam pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nos próximos dias da semana que vêm e devem ajudar a direcionar as cotações na Bolsa de Chicago ou até mesmo intensificar a volatilidade dos preços.

"Há uma grande pressão de compra e o mercado espera alguma frustração da safra americana, com isso, prêmios melhores entre 10 e 30 centavos acima do que temos hoje", explica o consultor da Brandalizze Consulting. Os atuais valores em Paranaguá, do lado dos compradores, variam entre 95 cents e US$ 1,00 por bushel acima da CBOT.

Outro ponto de atenção são os intensos line-ups que ainda são registrados para os portos do Brasil. Com mais de 40,3 milhões de toneladas já embarcadas nos primeiros cinco meses de 2019 - contra 38,2 milhões do mesmo período de 2018 - os terminais estão lotados, sem posições de embarque, ao menos, até o final de julho. "Tanto que os indicativos para setembro já são melhores entre R$ 0,50 e R$ 1,00 por saca", explica Vlamir Brandalizze.

Nesta sexta-feira (21), os portos fecharam o dia com preços em baixa diante da combinação de um recuo expressivo na Bolsa de Chicago e mais o dólar em baixa. Assim, a soja fechou com R$ 82,30 no spot em Paranaguá e R$ 82,50 em Rio Grande, com perdas de ,84% e 0,60%. Para julho, R$ 82,50 e R$ 83,00, respectivamente, perdendo 1,79% e 0,60%.

Em Imbituba e São Francisco do Sul, ambos portos em Santa Catarina, os preços se mantiveram estáveis em R$ 85,50 e R$ 83,70 por saca.

BOLSA DE CHICAGO

No pregão desta sexta-feira, os futuros da soja terminaram o dia com perdas de mais de 12 pontos. Assim, o julho terminou o dia com US$ 9,02 e o agosto, US$ 9,14. O vencimento novembro/19 ficou em US$ 9,27 por bushel.

O mercado devolveu boa parte de suas altas nesta sessão se reposicionando à espera dos novos dados que chegam na semana que vem. Os traders seguem especulando da evolução dos trabalhos de campo aos estoques norte-americanos, passando principalmente pelos números de área, e confirmam um momento de intensa nebulosidade sobre os números e o andamento dos preços.

"O mercado encerrou a semana com grandes incertezas. Não há dúvidas de que os atrasos de plantio afetaram diretamente a formação de um teto produtivo para a safra norte-americana neste ano. Entretanto, ainda é de- batido: a quantidade de área aderida ao programa de Prevenção de Plantio (seguro agrícola); e qual a gravidade da redução do potencial produtivo, devido ao plantio tardio", explica a consultoria ARC Mercosul.

O primeiro relatório esperado é o da segunda-feira (24), semanal de acompanhamento de safras, mas os mais aguardados são os da sexta-feira (28), que atualizam os estoques trimestrais dos EUA em 1º de junho e, o mais importante, o de ajuste das áreas de plantio nos EUA.

O mercado internacional de grãos está bastante focado no futuro da área de plantio da safra 2019/20 dos Estados Unidos e nas decisões que os produtores norte-americanos têm a frente, especialmente em relação ao programa de seguro do Prevent Plant. As condições de clima para os próximos dias e novas regras trazidas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) deverão influenciar nesta tomada de decisões.

PREVISÃO DO TEMPO

Com novas datas e os benefícios que vêm com as mudanças, os produtores americanos se mantêm muito atentos aos mapas climáticos e em que condições poderão concluir os trabalhos da safra de verão, em qual cenário as lavouras irão se desenvolver - o que terá impacto imediato sobre seus índices de produtividade - e se terão um quadro favorável para as culturas de cobertura.

E os volumes maiores agora, de acordo com o mapa trazido pelo NOAA nesta sexta, esperados para estados ligeiramente mais a oeste como Missouri, Kansas, Nebraska, todos ainda no coração das regiões produtivas. Iowa também pode receber, até 28 de junho, mais de 80 mm de precipitações.

Complementando o cenário nebuloso sobre o mercado internacional da soja há ainda a reunião do G20, em Osaka, no Japão, também no final da semana que vem. Se espera que haja um novo encontro entre Donald Trump e Xi Jinping.

"O que o mercado espera é só uma nova conversa, mas um acordo ainda não. Agora, caso essa conversa aconteça em tom mais amigável (as negociações estão paradas desde que o presidente americano aumentou as tarifas sobre os produtos chineses e a nação asiática retaliou), pode se criar um ambiente mais favorável para os negócios em Chicago, o que pode acabar beneficiando os negócios no Brasil também", diz Brandalizze.

Fonte: Notícias Agrícolas

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