Soja

Soja começa semana com leves baixas na CBOT, mas deve seguir forte no mercado do Brasil

Nesta segunda-feira (6), por volta de 7h10 (horário de Brasília), perdiam entre 3,25 e 3,75 pontos nos principais contratos, levando o maio a US$ 8,50 e o agosto a US$ 8,58 por bushel


Publicado em: 06/04/2020 às 10:30hs

Soja começa semana com leves baixas na CBOT, mas deve seguir forte no mercado do Brasil

O mercado da soja começa a semana em queda na Bolsa de Chicago. Nesta segunda-feira (6), por volta de 7h10 (horário de Brasília), perdiam entre 3,25 e 3,75 pontos nos principais contratos, levando o maio a US$ 8,50 e o agosto a US$ 8,58 por bushel.

Os futuros da oleaginosa seguem acompanhando as perdas de uma série de outras commodities, entre elas o milho, também negociado na CBOT, e o petróleo, que perde mais de 4% na manhã de hoje, com o WTI sendo cotado a US$ 27,16 por barril. Caem ainda o café e o algodão, também em Nova York.

A pressão continua vindo das incertezas relacionadas ao coronavírus, com os EUA podendo entrar na semana mais difícil da pandemia e o número de casos ainda crescendo no Brasil todo. Em contrapartida, o número de mortes começou a diminuir e essa acaba sendo uma imporante contraposição para os mercados mundo a fora.

No Brasil, são mais de 11 mil casos confirmados e 488 mortes. Na China, há novos casos sendo registrados, sendo 25 'importados' e 5 internos. Assim, a nação asiática continua sendo intensamente monitorada.

Pontualmente, o mercado internacional observa ainda seus fundamentos, como o novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que chega nesta semana. O clima nos EUA para a nova safra e a conclusão da safra na América do Sul também permanecem no radar dos traders, ainda que como coadjuvantes.

NO BRASIL

A última semana foi uma das melhores da história do Brasil para o mercado da soja, com o dólar chegando a superar os R$ 5,30 e levando as cotações a superarem ainda mais os R$ 100,00 por saca. E para esta semana, as perspectivas para os preços brasileiros também são positivas, segundo o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

"O mercado da soja, nesta nova semana, seguirá com indicativos firmes, mesmo que o dólar já esteja muito além do que estava sendo esperado pelos mais otimistas na moeda americana. A divisa, ainda assim, segue nervosa e tem pouco fôlego para recuar no curtíssimo prazo e, desta forma, pode seguir dando argumento positivos para a soja nos portos", diz Brandalizze.

Assim, o consultor espera uma semana de preços ainda firmes, não só pelo dólar, mas também pela disponibilidade da soja brasileira que se mostra cada vez mais ajustada. O Brasil já tem mais de 75% da atual temporada e a demanda pelo produto nacional segue bastante intensa.

Mais do que isso, as vendas da safra nova também estamos bastante aceleradas e nestes próximos dias, o mercado também pode "voltar a trazer fechamentos para com alta nos próximos dias em reais", conclui o consultor.

Veja como fechou o mercado na última semana:

Chicago aposta numa demanda chinesa pela soja americana que não acontece e cotações encerraram em queda

Demanda pela soja americana só para o segundo semestre; enquanto isso cotações em Chicago seguem pressionadas, alerta consultor

O mercado brasileiro da soja registrou sua melhor semana da história para a formação de preços com uma nova disparada do dólar nesta sexta-feira. As principais referências superaram os R$ 105,00 por saca nos portos brasileiros para o produto da safra atual e os negócios registraram bons momentos.

Com tamanha incerteza e aversão ao risco, há uma forte corrida dos investidores para o dólar e uma desvalorização intensa das demais moedas. E uma das divisas que mais perde é o real. Somente no acumulado de 2020, a alta da dólar é de 32,72%. Nesta semana, a moeda subiu 4,3% para renovar sua máxima histórica e fechar com R$ 5,32.

Assim, durante esta sexta-feira os preços de paridade de exportação - o PPE -, que são referência de preços da soja sobre rodas no porto de Paranaguá, há indicativos para o produto da safra atual oscilando entre R$ 102,40 - para maio, a partir do dia 15 - e R$ 107,40 por saca, para setembro. Para a safra nova, as variações acontecem com ideia de preços de R$ 99,40, para março/abril a TR$ 101,30 para julho/agosto.

O Brasil já vendeu cerca de 75% da sua safra 2019/20 de soja e, aos poucos, no segundo semestre a demanda começa a se voltar para o mercado dos EUA. Na sequência, como explica o diretor do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, a nação asiática deverá se voltar à nova safra brasileira.

No entanto, Sousa alerta para uma redução nos valores na balança comercial, com uma possível redução nas exportações brasileiras de soja. Ainda assim, explica que "o dólar será a grande diferença", explica.

"O produtor tem que ir cobrindo suas posições e ir aproveitando a soja acima dos R$ 100,00 e ir vendendo. Vejo demanda pela frente vinda da China. Graças a Deus que o Brasil não parou os portos, usou a cabeça", orienta Sousa.

Fonte: Notícias Agrícolas

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