Soja

Soja começa a semana em baixa na Bolsa de Chicago com pressão da guerra comercial EUA x China

O mercado internacional dá início à esta nova semana com perdas de pouco mais de 4 pontos entre os principais vencimentos, com o novembro/19 valendo US$ 8,25 por bushel, por volta de 7h50 (horário de Brasília)


Publicado em: 17/09/2018 às 10:30hs

Soja começa a semana em baixa na Bolsa de Chicago com pressão da guerra comercial EUA x China

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago trabalham em baixa no pregão desta segunda-feira (17). O mercado internacional dá início à esta nova semana com perdas de pouco mais de 4 pontos entre os principais vencimentos, com o novembro/19 valendo US$ 8,25 por bushel, por volta de 7h50 (horário de Brasília).

Os traders começam a semana de olho nas tensões comerciais dos Estados Unidos não só com a China, mas com outros países também, inclusive as negociações em torno do Nafta. Nesta semana, o presidente Donald Trump pode anunciar novas tarifas sobre a nação asiática na casa de US$ 200 bilhões e volta a assustar os players.

Diante dessa possibilidade, o índice acionário de Xangai caiu ao seu menor nível em quase quatro anos nesta segunda-feira. De acordo com informações da Reuters, Trump pode fazer o anúncio das novas tarifações ainda nesta segunda.

O mercado segue ainda pressionado por seus próprios fundamentos, como o avanço da colheita norte-americana e a chegada da nova safra dos EUA ao mercado.

No boletim semanal de acompanhamento de safras que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz no fim do dia de hoje, após o fechamento do pregão, poderia mostrar os trabalhos de colheita concluídos no Corn Belt entre 2% e 3% da área.

Veja como fechou o mercado na última sexta-feira (14):

Apesar da queda do dólar, soja disponível sobe 2% em Paranaguá nesta 6ª e bate R$ 100/sc

A sexta-feira (14) foi de alta aos preços da soja praticados no Brasil. No Porto de Paranaguá, a saca disponível subiu 2,04% e fechou o dia a R$ 100,00. Em Rio Grande, a saca disponível registrou alta de 0,32% e terminou a semana a R$ 93,30. O futuro, para entrega em outubro/18, acumulou ganho de 0,53%, com a saca a R$ 94,00, segundo levantamento do Notícias Agrícolas.

Já em Ubiratã (PR), a saca apresentou valorização de 1,85% e fechou o dia a R$ 82,50. Na região de Pato Branco (PR), o ganho foi de 1,83% e a saca a R$ 83,50. Em Brasília, a saca subiu 1,22% e finalizou a sexta-feira a R$ 83,00.

As cotações subiram no final dessa semana, apesar da queda observada no dólar. A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 4,1667 na venda, com perda de 0,69%. Contudo, na semana, a valorização do câmbio ficou em 1,52%.

"O dólar fechou a sexta-feira em queda, com movimento de correção depois de encostar em 4,20 reais e bater nova máxima recorde de fechamento na véspera, mas sem abandonar o noticiário que tem mantido a cautela eleitoral como pano de fundo", reportou a agência Reuters.

Em recente entrevista ao Notícias Agrícolas, o consultor de mercado da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo, novas altas ainda podem ocorrer entre os meses de outubro e novembro. "Teremos uma escassez interna e mantemos o bom ritmo de exportação, os prêmios voltaram a subir e temos um dólar acima de R$ 4,10. Teremos um momento de venda física de soja até novembro, o produtor deve fazer médias", alerta.

Outro fator que está no radar dos participantes do mercado é o início da nova safra no Brasil. O Paraná, segundo maior produtor do grão no país, foi o primeiro a começar os trabalhos nos campos.

Diante das chuvas, os produtores paranaenses já semearam 1% da área estimada para o ciclo 2018/19, segundo dados do Deral (Departamento de Economia Rural do Estado). A partir desse sábado (15), os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul também já podem iniciar a semeadura do grão, porém, os agricultores ainda aguardam a consolidação das chuvas.

Bolsa de Chicago

A semana foi de ligeiras perdas aos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Conforme levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, as principais posições da commodity acumularam desvalorizações de mais de 1%.

Nesta sexta-feira (14), o pregão foi de volatilidade e os vencimentos da oleaginosa recuaram entre 1,25 e 2,75 pontos. O contrato novembro/18 era cotado a US$ 8,30 por bushel, enquanto o janeiro/19 trabalhava a US$ 8,44 por bushel. O março/19 era negociado a US$ 8,57 por bushel.

De acordo com informações da agência Reuters internacional, as cotações da oleaginosa foram pressionadas pela proximidade de uma grande safra nos Estados Unidos. Ao longo dessa semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) revisou para 127,72 milhões de toneladas a projeção para a safra americana.

O volume ficou acima do indicado no reporte de agosto, de 124,81 milhões de toneladas. O cenário acabou pesando nas cotações da oleaginosa.

"Os preços da soja continuam a sofrer pressão dupla das grandes expectativas de safra dos EUA, agravadas pelas preocupações comerciais com a China", informou o portal Farm Futures.

A possibilidade de negociações entre os Estados Unidos e a China permanecem no radar dos investidores. "O presidente dos EUA, Donald Trump, deu instruções aos assessores para prosseguir com as tarifas de cerca de US $ 200 bilhões a mais de produtos chineses, apesar das tentativas do secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, de reiniciar as negociações comerciais com a China, disse uma fonte próxima à decisão", informou a Reuters.

"O maior fator potencial de oscilação do balanço dos EUA é o número de exportações, e qualquer mudança na situação tarifária nos EUA pode sustentar a soja dos EUA", disse Jonathan Lane, diretor comercial da Gleadell em entrevista à Reuters.

Fonte: Notícias Agrícolas

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