Soja

Soja cai em Chicago nesta 2ª feira com pressão da guerra comercial ChinaxEUA renovada

Por volta de 8h (horário de Brasília), os futuros da oleaginosa perdiam mais de 8 pontos entre as posições mais negociadas, com o novembro/18 - que segue como referência para o mercado - valendo US$ 8,39 por bushel


Publicado em: 24/09/2018 às 10:30hs

Soja cai em Chicago nesta 2ª feira com pressão da guerra comercial ChinaxEUA renovada

Os preços da soja têm novas baixas na Bolsa de Chicago no pregão desta segunda-feira (24). Uma nova semana começa para a commodity com a pressão da guerra comercial entre China e Estados Unidos renovada. O Wall Street Journal afirma, afinal, que a nação asiática cancelou suas negociações com os americanos e não vai enviar seu premiê Liu He para uma nova rodada de conversas que aconteceria em Washington nesta semana.

Nesse ambiente, por volta de 8h (horário de Brasília), os futuros da oleaginosa perdiam mais de 8 pontos entre as posições mais negociadas, com o novembro/18 - que segue como referência para o mercado - valendo US$ 8,39 por bushel. Referência para a nova safra brasileira, o março/19 valia US$ 8,65.

Embora a disputa já seja conhecida e tenha seus efeitos precificados pelo mercado, a falta de um acordo entre os dois países continua gerando incerteza no comércio mundial, principalmente o da soja, que está no centro da guerra.

Entre os fundamentos, atenção à colheita nos Estados Unidos. O ritmo vem bem nesta temporada, registrando índices recordes de evolução, porém, as condições climáticas começam a preocupar.

"O clima mais úmido começa a trazer alguns alertas. Algum atraso nos trabalhos de campo poderiam deixar as plantas mais suscetíveis a serem afetadas por ondas de frio. Embora modestas, alguns produtores poderiam registrar perdas em sua safra de milho", explica o diretor de estratégia agrícola do Commonwealth Bank da Australia, Tobin Gorey.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza, no final do dia, a evolução da colheita no país, bem como as condições das lavouras norte-americanas. Mais cedo, chegam também os dados atualizados dos embarques semanais de grãos.

Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:

Soja fecha com balanço semanal positivo apesar das realizações de lucros desta 6ª em Chicago

As informações de demanda divulgadas ao longo da semana, bem como alguns rumores que também circularam pelo mercado nos últimos dias, serviram de combustível para os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago e os futuros da oleaginosa terminaram a semana com um balanço positivo na casa dos 2%.

Apesar das baixas leves registradas no fechamento do pregão desta sexta-feira (21) - que foram de 2,25 a 3 pontos nos principais vencimentos - o novembro/18 ficou nos US$ 8,47 por bushel, subindo 2,05% na semana, e o março/19, referência para a safra brasileira, terminou o dia com US$ 8,74, com alta de 1,98%.

Os ganhos foram motivados pela demanda forte pela soja norte-americana diante dos preços baixos praticados na CBOT. Números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostraram essa intensidade de procura pelo produto americano pelas vendas semanais para exportação.

Somente na última semana, os americanos venderam mais de 900 mil toneladas, mesmo sem compras sendo reportadas pela China. E nesta sexta, o mercado recebeu ainda o reporte de uma venda de 100 mil toneladas de farelo de soja da temporada 2018/19 para destinos não revelados.

No entanto, nesta sexta-feira, o mercado recuou diante da informação de que não teria sido confirmado o rumor de a Argentina teria comprado de 4 a 10 cargos de soja nos EUA, os quais seriam direcionados, na sequência, para a China, segundo explicou o analista de mercado Stefan Tomkiw, da Société Générale.

"Isso não confirmou no reporte do USDA (de vendas semanais divulgado às quintas-feiras) e o mercado acabou descontando um pouquinho na sessão desta sexta-feira", diz.

Como não houve a confirmação, o mercado apostou em uma postura mais cautelosa, uma vez que a pressão da colheita nos EUA - que avança em ritmo recorde - e, como sazonalmente acontece, continua a pesar sobre os preços.

"A colheita nos Estados Unidos tem ganhado ritmo pelo Cinturão Agrícola, principalmente. Os resultados direto do campo têm sido variáveis, sem uma regularidade inicial como o observado em 2017. A ARC ainda acredita numa potencial safra norte-americana cheia", traz o boletim da AgResource Mercosul.

No Brasil

Os preços no Brasil também subiram nesta semana, de uma forma geral. Somente no porto de Paranaguá, onde a soja disponível bateu nos R$ 100,00 na última sexta-feira (14) e caiu para R$ 98,00, uma baixa de 2%. Para a referência fevereiro/19, a cotação se manteve estável nos R$ 87,00 por saca.

Já em Rio Grande, alta semanal de 0,21% no disponível, que fechou com R$ 93,50 por saca, e de 1,60% no outubro, que foi a R$ 95,50.

As altas foram limitadas nesta semana pelo dólar, que fechou com seu menor patamar em um mês, ficando abaixo dos R$ 4,05.

Fonte: Notícias Agrícolas

◄ Leia outras notícias