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Seminário GranBanana leva conhecimento sobre mercado, tendências e manejo ideal da cultura

Promovido pela Yara, evento que antecedeu a Feibanana reuniu especialistas, pesquisadores e cerca de 70 grandes produtores, em Registro (SP)


Publicado em: 29/03/2019 às 16:00hs

Seminário GranBanana leva conhecimento sobre mercado, tendências e manejo ideal da cultura

Com o propósito de promover o debate, a troca de experiências e unir os elos da cadeia da banana, a Yara, líder mundial em nutrição de plantas, realizou na última semana, em Registro, o Seminário GranBanana. O encontro abordou o cenário atual, as perspectivas do mercado para 2019, a importância dos macro e micronutrientes para o aumento da produtividade e estudos sobre a cultura.

A banana é a fruta mais consumida no País. Além de saborosa e prática, é nutritiva e utilizada em diversas preparações. O Brasil está entre os cinco maiores produtores de banana do mundo, com cerca de 7 milhões de toneladas ao ano e área produtiva de aproximadamente 480 mil hectares, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O mercado da banana no Brasil foi destaque no evento. Marcela Barbieri, pesquisadora do Cepea/Esalq, falou sobre o contexto atual e as principais tendências. A maior região produtora do País é o Vale do Ribeira, com 25 mil hectares, seguida pelo norte de Santa Catarina e de Minas Gerais e a Bahia. A expectativa para 2019 é de que a área nacional de banana tenha redução de cerca de 1%, os preços aumentem e a rentabilidade seja positiva. A participação da banana prata, mais adaptável ao clima, vem crescendo, chegando a 50% do mercado, enquanto a nanica segue com 47% e as demais variedades somam 3%.

Simulação do Cepea aponta que nos próximos 10 anos haverá um aumento de área e produtividade da cultura, além de maior tecnificação. A exportação de banana também vem crescendo e a perspectiva é de que permaneça assim. Os principais destinos são Uruguai, Argentina, Estados Unidos e Reino Unido, que consumiram 86% do total exportado pelo Brasil, em 2018.

Durante o encontro, Vladimir Silvano, gerente comercial da Yara, fez um panorama sobre o mercado nacional de fertilizantes e os fatores que o influenciam, como câmbio flutuante, petróleo, custos com logística, oferta de matérias-primas e comportamento de grandes países consumidores, entre eles China, Índia e Estados Unidos. "Esses aspectos precisam ser levados em consideração pelo produtor no segundo semestre. Com o evento buscamos levar conhecimentos que contribuam para melhorar a qualidade da fruta, a produtividade do agricultor e a tomada de decisões mais assertivas", afirma Silvano.

Macro e micronutrientes: aliados do bananicultor

A Unesp de Registro também esteve presente no encontro. O professor Leandro Gogoy explicou sobre o manejo dos macronutrientes como nitrogênio, fósforo, potássio e cálcio na cultura da banana, ressaltando a importância de considerar a fonte, dose, época, local e forma de aplicação. O pesquisador apresentou um estudo, realizado em parceria com a Yara, sobre fontes e doses de nitrogênio na bananeira. Os resultados apontam que o nitrato de cálcio contribuiu para melhor absorção dos nutrientes e aumento da produtividade.

Os micronutrientes também são fundamentais para alcançar o máximo potencial produtivo da cultura. O pesquisador Franz Hippler, da Yara, analisou o impacto da deficiência de boro, cobre, zinco, ferro e manganês na bananeira. Ele destacou os benefícios da aplicação foliar de micronutrientes, como facilidade e qualidade de distribuição e resposta imediata na cultura. No evento, também foi apresentado o Programa Nutricional GranBanana, desenvolvido pela Yara, que promove maior qualidade e número de frutos, mais resistência às plantas, melhor aproveitamento de nutrientes e, consequentemente, mais produtividade e rentabilidade ao produtor.

Os agricultores ainda puderam contar com informações apresentadas pelo pesquisador André Beltrame, da Epagri, de Itajaí (SC), sobre a indução de resistência em plantas, que aproveita os mecanismos de proteção do próprio vegetal para que ele se defenda contra uma ampla variedade de doenças.

A fisiologia do estresse na cultura da banana também esteve em pauta no seminário. Lucas Muraoka, especialista agronômico da Yara, explicou que fatores como vento, pragas, doenças, frio, seca e radiação solar são algumas das principais fontes de estresse para a bananeira e como uma planta malnutrida não consegue lidar com esses estresses, prejudicando bastante a sua produtividade. "A cultura da banana exige muito conhecimento, dedicação e capricho. A combinação de nutrição adequada, manejo hídrico e integrado de pragas e doenças e preparo técnico são fundamentais para que o produtor conquiste os melhores resultados", conclui Lucas.