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Segue impasse entre Carrefour e fornecedores sobre prorrogação de pagamento

Segundo a entidade que representa fornecedores do setor lácteo, postura do grupo francês caracteriza abuso de poder econômico


Publicado em: 02/03/2018 às 14:40hs

Segue impasse entre Carrefour e fornecedores sobre prorrogação de pagamento

O impasse entre a gigante rede de lojas de varejo “Grupo Distribuidor Carrefour” e seus fornecedores, especialmente as pequenas e médias cooperativas e empresas de laticínios no Brasil, sobre a nova politica de pagamentos adotada pelo grupo atacadista segue gerando inconformidade de diferentes setores. Desde que foi anunciada a decisão, em novembro do ano passado, onde os pagamentos das faturas aos seus fornecedores não seriam mais realizados três vezes ao mês, como acontecia até então, mas sim apenas uma vez ao mês, a Associação Brasileira das Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios (G100), vêm buscando a sensibilização dos executivos do Carrefour, pois a nova postura de pagamento aos fornecedores estava ameaçando fortemente as pequenas cooperativas e indústrias, sobretudo as que pertencem ao setor lácteo. Para os representantes do G100, a decisão do grupo francês, afetará não apenas os fornecedores que aguardam recebimento, mas toda a cadeia de lácteos. Esse poder em excesso dos distribuidores, pode acarretar abuso sobre a posição econômica mais frágil dos fornecedores”. 

De acordo com a entidade que representa as pequenas e médias cooperativas e empresas de laticínios no Brasil, a decisão dos executivos do Carrefour aumentou o prazo limite em até 30 dias, a mais. “Na prática essa decisão eleva os prazos, já elásticos, a contar da data de entrega efetiva de mercadorias nas lojas, de 45 dias, em média, podendo chegar até 82 dias o prazo máximo, a depender do dia do faturamento – um aumento do prazo limite médio em até 30 dias”, afirma o diretor executivo do G100, Wilson Massote Primo.

Os diretores do G100 seguem buscando uma solução amigável para o impasse. “Enviamos um novo oficio e requerimento de retorno aos pagamentos de três vezes por mês, pois a alteração se tornou mais um grave elemento de desestruturação do setor produtivo, sobretudo dos fornecedores formados por pequenas cooperativas e indústrias.”, disse Primo.

O G100 já levou o assunto à Câmara Setorial do Leite, em Brasília, e não descarta buscar medidas judiciais para defender os fornecedores. “Queremos alertar o setor e as autoridades que essa política comercial com prazos elásticos traz danos irreversíveis aos fornecedores, especialmente aos pequenos e médios. Houve laticínios que mesmo com o prazo para receber com 45 dias não conseguiu manter fornecimento para essa rede, se declarou sem estrutura para absorver essa condição.”

De acordo com a entidade, a situação pode ser ainda pior para alguns laticínios. “Imagine-se agora um laticínio com prazo médio de até 30 dias a mais, chegando até a 82 dias no prazo máximo, a depender do dia do faturamento... Há laticínios que faturam todos os dias no mês, esses segundo levantamentos, terão prazos médios em torno a 60 dias. É um prazo muito distante dos prazos médios que os laticínios realizam o pagamento da matéria prima ao produtor leite ou aos demais fornecedores, além dos salários mensais e os prestadores de serviço”.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Associação Brasileira de Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios (G100)

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