Processamento

Qualidade superior deve marcar safra do azeite gaúcho em 2019

Segundo especialistas, colheita antecipada do fruto e o equilíbrio entre planta e solo favoreceram qualidade do azeite extra virgem


Publicado em: 15/02/2019 às 14:40hs

Qualidade superior deve marcar safra do azeite gaúcho em 2019

Já começaram a sair dos pomares gaúchos o Olio Novello, ou o novo óleo, primeiro azeite extraído da safra 2018/19. E de acordo com especialistas italianos que estiveram no estado para acompanhar a colheita, a produção de azeite do Rio Grande do Sul em 2019 será uma das melhores dos últimos tempos em qualidade.

“É um produto diferenciado e com expressivos teores antioxidantes e um aroma muito marcante superior a produtos da Europa”, comentou o consultor italiano Giuseppe Colantoni, durante a Abertura da Colheita das Azeitonas da Olivas do Sul, realizada no último sábado, dia 9, em Cachoeira do Sul. Giuseppe explica que mesmo apesar do calor forte, frequente no estado na época da colheita da azeitona, os produtores gaúchos conseguem driblar esse problema com a aplicação de um manejo bem feito, um solo equilibrado e a utilização de maquinários adequados para a colheita e extração do azeite.

O pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Rogério Oliveira Jorge, que também participou do evento realizado nos pomares da Olivas do Sul, destacou a preocupação com o calor na hora da colheita e o armazenamento dos frutos. “O mais aconselhável é colher em horas mais amenas, no entanto, o mais importante é observar a temperatura do fruto na hora de processar. Além disso, fazer a colheita antecipada pode dar mais tempo para a planta se recuperar explorando melhor as propriedades das variedades e resultando num azeite melhor”, afirma.

Ainda sobre a qualidade do azeite, o pesquisador da Embrapa lembrou que o tempo médio ideal entre a colheita das azeitonas e a extração do azeite seriam de seis horas. “Nem todos conseguem cumprir essas seis horas, mas de maneira alguma pode passar de 24 horas, podendo alterar a acidez e o aroma do produto”, disse Rogério Oliveira.

A agroindústria Olivas do Sul é um exemplo de quem fez a lição de casa para produzir azeite. Responsável pelo primeiro azeite de oliva extravirgem produzido e comercializado no Brasil, a Olivas do Sul espera colher na safra deste ano 160 toneladas de azeitonas, numa área de aproximadamente 24 hectares. “Utilizamos todo o nosso conhecimento compartilhado com especialistas de fora do país e também com os técnicos da Embrapa para fornecer as condições mais ideais para o cultivo da azeitona e a extração do azeite”, conta José Alberto Aued, diretor da Olivas do Sul.

Mais de 80% do azeite consumido do Brasil é importado

Apesar da grande qualidade dos rótulos produzidos no Rio Grande do Sul, Aued diz que 80 a 90% do azeite consumido do Brasil é importado, especialmente de Portugal. “São números que mostram as possibilidades de crescimento para o produto nacional. E aqui no RS a gente consegue resultados que não acontecem em outras regiões tradicionalmente produtoras. Mas é preciso de um solo equilibrado, com um bom aporte de calcário e manejo adequado”, afirma.

Com o know how de quem teve o primeiro azeite extra virgem do Brasil a constar no Flos Olei – catálogo que reúne os melhores 500 azeites do mundo-, a Olivas do Sul espera surpreender o mercado com a qualidade do azeite que deve chegar aos consumidores do Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro a partir de março.

“A safra 2019 do azeite Olivas do Sul será realmente diferenciada. Resultado de monovarietais expressivos, que dentre eles termos Arbequina, Koroneiki, Arbosana e Coratina. Se tratando de blend, confeccionaremos o nosso famoso Riserva d’oro e neste ano também faremos um produto exclusivo de lote reduzido das nossas árvores centenárias”, Emanuel de Costa, engenheiro agrônomo da Olivas do Sul.

Ainda durante o evento foram apresentados maquinários que auxiliam na busca da melhor qualidade do azeite. Como por exemplo, uma das mais renomadas máquinas de extração de azeite, a MORI -TEM representada no estado pela Olivas do Sul. “A primeira coisa que devemos saber é que produto iremos entregar para o mercado. Tudo isso envolve muita paixão em busca da altíssima qualidade. Entendam que nosso método de trabalho é ir em busca dos defeitos do azeite extraído por nossas máquinas para corrigi-los dia a após dia, isso que nos diferencia no mercado”, diz Guido Testi - especialista em azeites MORI-TEM. Hoje a MORI TEM se destaca por receber reconhecimento dos melhores azeites extravirgem da Itália, de cada 10 azeites premiados, 8 são extraídos por esta marca.

Fonte: AgroUrbano Comunicação

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