Crédito Rural

Produtores goianos terão R$ 18 bilhões disponíveis para financiamentos no Plano Safra 2020/2021

Recursos serão disponibilizados a partir de 1º de julho junto às instituições financeiras. Crédito será oferecido em diversas modalidades, incluindo investimentos na agricultura familiar, seguro rural, sustentabilidade e inovação


Publicado em: 25/06/2020 às 11:50hs

Produtores goianos terão R$ 18 bilhões disponíveis para financiamentos no Plano Safra 2020/2021

"A agropecuária goiana tem garantido a comida na mesa e as condições de negociação no exterior para gerar renda para que possamos cuidar das vidas das pessoas, sobretudo no aspecto social." A afirmação foi feita pelo governador Ronaldo Caiado na manhã desta quarta-feira, 24 de junho, e traduz a importância do setor, que deve receber R$ 18 bilhões, em Goiás, disponibilizados em financiamentos aos produtores a partir de 1º de julho. O anúncio dos recursos foi realizado na solenidade de lançamento do Plano Safra 2020/2021 em Goiás, no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia, que reuniu entidades representativas do setor, representantes de instituições financeiras e imprensa - seguindo as recomendações sanitárias.

O governador aproveitou a ocasião para anunciar que diante dessa sustentação oportunizada pelo setor agropecuário, enviará ainda nesta quarta-feira um Projeto de Lei para a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) para a criação da Secretaria da Retomada que, segundo ele, vai organizar estruturas já existentes no Estado - sem novos custos para o cidadão - de forma a diagnosticar e prever como lidar com a questão social e o desemprego causado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). "Estamos revendo nosso plano de governo, debatendo com todos os poderes e com os setores econômicos para unir forças e lutarmos por nosso economia", explicou.

A expectativa, segundo o governador, é de que o Plano Safra 2020/2021 injete cerca de R$ 18 bilhões na economia, contribuindo para que o Estado cresça a produção, que foi de 26,7 milhões de toneladas de grãos para a safra 2019/2020, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), gerando mais empregos e renda. "Temos condições de fazer o Estado sair do terceiro lugar que alcançou na produção de grão deste ano, superando o Rio Grande do Sul, e migrar para o segundo lugar em breve. Isso é possível porque no passado enxergamos que era preciso lutar pelo setor rural. É o setor que antes era alvo de preconceito e hoje é orgulho para nosso Estado. É o setor que mais absorve tecnologia no País, altamente qualificado, tecnificado, com pesquisa e que gera empregos, mesmo na pandemia", destacou.

O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, aproveitou o momento para destacar os números do Estado. Além dos recordes na produção de grãos e de outras produções, o secretário enfatizou que só no primeiro trimestre o setor agropecuário empregou 307 mil pessoas em Goiás, um aumento de 4,4% em relação ao mesmo período do ano passado, e que também foi o grande responsável por manter o crescimento do Produto Interno Bruto em Goiás (PIB), que foi de 3,4% (aumento de 18% só no agro) e por 79% das exportações do Estado.

"Isso tudo mostra a pujança e a força do setor agropecuário que desenvolve a nossa economia. E o Plano Safra é uma importante política pública do País e que não é diferente aqui no Estado de Goiás. Ele promove ações que são fundamentais para o crescimento e desenvolvimento econômico", analisou. De acordo com o secretário, para a safra 2019/2020 foram consumidos cerca de R$ 16 bilhões do Plano Safra e que esse aumento esperado para R$ 18 bilhões, na safra 2020/2021, deve fortalecer ainda mais os números apresentados pelo setor. "Os recursos, aliados às políticas públicas do Governo de Goiás, orientadas pelo nosso governador Ronaldo Caiado, vão promover o desenvolvimento regional, crescer nossa economia e oportunizar mais empregos e mais opções para o Estado", completou.

Um dos exemplos destacados pelo secretário Antônio Carlos foi o da Agricultura Familiar, que representa cerca de 62,9% dos estabelecimentos rurais goianos. Segundo ele, Goiás já possui o maior ticket médio de captação por produtor no Plano Safra e que conseguiu aprovação de cerca de 15 mil projetos na última safra, graças ao trabalho de orientação da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater). "Vamos trabalhar para aumentar essa captação e favorecer o desenvolvimento dessas pequenas propriedades, valorizando não só o grande produtor, mas principalmente ajudando o pequeno". Antônio Carlos também destacou o aumento do crédito para o Programa de Seguro Rural, que para o Plano Nacional deve ter recursos de 1,3 bilhões, com maior orçamento para apólices, área e valor. "É uma garantia para o produtor para permitir seu planejamento a longo prazo, dando segurança diante dos riscos. Queremos que o produtor tenha segurança para produzir e crescer a nossa economia", destacou.

O deputado federal e presidente do Sistema Faeg Senar, José Mário Schreiner, recordou que o governador Ronaldo Caiado foi o único governador presente no lançamento nacional do Plano Safra 2020/2021, no último dia 17, em Brasília. "Isso faz uma diferença enorme, porque mostra que o nosso Estado está alinhado junto às políticas do Governo Federal", comentou. Segundo o deputado, a construção do Plano passa por diversas mãos, mas que ainda é preciso buscar cada vez mais condições para o investimento no campo. "Temos o trabalho feito pela bancada goiana, que começou no início do ano, para contemplar os anseios dos produtores. Mas ainda precisamos lutar para conseguir melhores taxas de juros e mais recursos", disse.

O vice-governador Lincoln Tejota salientou que os prognósticos da economia no pós-pandemia devem apontar pelo crescimento de países como China e Índia, que vão demandar mais alimentos de nações como o Brasil. "Estamos vivendo um momento de desafios e de mudanças no eixo econômico, em que há espaço para oportunidades e fazer o Estado avançar. É um momento de levar novas oportunidades e promover o desenvolvimento social a partir dessas demandas", salientou. Concordando com ele, o superintendente Estadual do Banco do Brasil, Felipe Zanella, acrescentou que os investimentos não tem como único propósito a ampliação do crédito, mas o aumento da produção de alimentos e a melhoria da qualidade de vida. Já o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, deputado Lissauer Vieira, completou que com esses resultados o Estado será um dos primeiros a superar o momento econômico difícil. "Goiás será um dos primeiros estados a sair da crise e isso se deve ao setor primário, que aliado à agroindústria, promoverá nossa economia."

Dados do setor

Segundo o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado no dia 9 de junho, Goiás é hoje o terceiro maior produtor de grãos do Brasil, com expectativa de produção de 26,7 milhões de toneladas para a safra 2019/2020, em uma área superior a 6 milhões de hectares. A taxa de crescimento na produção é superior à média nacional. Enquanto no Brasil a produção está estimada em 250,5 milhões de toneladas e aumento de 3,5% em relação à safra 2018/2019, em Goiás a produção de 26,7 milhões de toneladas representa aumento de 8,7% em relação à safra anterior. O Estado tem ainda percentual de crescimento superior à da região Centro-Oeste, que está estimada em 8,6%, e 120,8 milhões de toneladas colhidas.

Considerando as principais culturas e as estatísticas divulgadas pela Conab e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Goiás é hoje o primeiro lugar na produção de tomate (1,13 milhões de toneladas) e de sorgo (1,34 milhões de toneladas); segundo lugar na produção de cana-de-açúcar (75,78 milhões de toneladas) e girassol (31,4 mil toneladas) e na criação de bovinos (22,65 milhões de cabeças). Além de ser o terceiro lugar na produção de grãos, também ocupa a mesma colocação na produção de soja (12,46 milhões de toneladas), milho (12,27 milhões de toneladas) e caroço de algodão (100,2 mil toneladas). Aparece, ainda, como destaque sua produção de feijão (320,7 mil toneladas) e de leite (3,08 bilhões de litros), o que faz do Estado o quarto lugar nessas produções no ranking nacional.

Retorno em emprego e renda

Se observado o retorno financeiro dessa produção para a economia, temos o Valor Bruto de Produção Agropecuária (VBP), em Goiás, como o quinto maior entre os estados, chegando a R$ 56,9 bilhões - que corresponde a 8,1% do VBP nacional que está estimado em R$ 703,8 bilhões - segundo a última atualização da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O valor representa crescimento de 9,8% em relação ao ano anterior e a variação de crescimento também é superior à média nacional, que foi de 8,5%. Separado por categoria, em Goiás, o VBP da Agricultura está estimado em R$ 38,2 bilhões (crescimento de 13,3% em relação a 2019), enquanto o da Pecuária está estimado em R$ 18,7 bilhões (aumento de 3,4% em relação ao ano anterior).

Os números se refletem também nas exportações do agronegócio. Segundo os últimos números divulgados pelo Ministério da Economia, o agronegócio goiano exportou 2,45 bilhões de dólares e representa 79% das exportações do Estado. O valor representa, ainda 5,8% da participação do agro goiano em relação ao que é exportado pelo Brasil.

Toda essa movimentação se transforma em geração de emprego e renda nos municípios goianos. O Produto Interno Bruto goiano (PIB) tem estimativa de crescimento de 3,4% no primeiro trimestre do ano, em comparação ao mesmo período de 2019 e o grande destaque se dá em relação ao setor da agropecuária, cuja estimativa aponta para crescimento de 18,0% no Estado no mesmo período, enquanto no País o setor teve crescimento de 1,9%.

Fonte: Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de GO

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