Crédito Rural

Produtor rejeita crédito rural atrelado à inflação

O governo deverá adiar o prazo para que os bancos comecem a oferecer crédito rural a taxas de juro pós-fixadas atreladas à inflação, principal novidade do atual Plano Safra (2018/19), apurou o Valor


Publicado em: 26/09/2018 às 20:00hs

Produtor rejeita crédito rural atrelado à inflação

A medida começaria a valer a partir da primeira semana de outubro, mas os bancos se queixaram de dificuldades operacionais e pediram que a nova regra só começasse a valer a partir de julho de 2019 - ou seja, somente na próxima temporada agrícola (2019/20).

Depois de praticamente três meses de vigência do Plano Safra 2018/19, que começou em julho, não houve demanda por esses financiamentos por parte dos produtores, que temem um risco maior nessas operações em virtude da incerteza eleitoral e, consequentemente, dos rumos da inflação.

Essa situação levou a uma pressão dos bancos para que a medida seja adiada, avalia uma fonte a par das negociações com o governo. O novo modelo de crédito com juros pós-fixados foi defendido por Ilan Goldfjan, presidente do Banco Central, que junto com o Ministério da Fazenda venceu uma disputa de anos com o Ministério da Agricultura a respeito do tema.

O Conselho Monetário Nacional deverá decidir hoje, em reunião, prorrogar o início de vigência da norma para no máximo dezembro ou janeiro do ano que vem. A reclamação mais frequente é que os bancos precisam adaptar os sistemas eletrônicos à nova fórmula de cálculo.

Ontem, Cláudio Filgueiras Pacheco Moreira, da área de crédito rural do BC, defendeu a diminuição do financiamento aos médios e grandes produtores com juros controlados. Mesmo com a taxa básica de juros na mínima histórica, a política de subsídios agrícolas passou a ser criticada com mais veemência por causa do limite de gastos do governo. Segundo Moreira, o foco deve mudar dos médios e grandes produtores para os pequenos, que precisam mais de apoio.

Fonte: Avisite

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